Por Vânia Barbosa
Em audiência concedida à Associação Cultural José Marti do Rio Grande do Sul (ACJM/RS), quinta – feira (17), no Palácio do Planalto, em Brasília, o Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, reafirmou que o governo brasileiro se empenha em fortalecer as relações econômicas e culturais com Cuba, e se mostra favorável ao realinhamento da Política Econômica e Social – programa amplamente discutido com os diversos segmentos da sociedade local - que vai ser debatido no Congresso do Partido Comunista cubano, na segunda quinzena de abril de 2011.
O encontro entre Garcia e os dirigentes da ACJM/RS durou cerca de uma hora, e teve como pauta o pedido de apoio para uma manifestação do governo brasileiro ao presidente estadunidense, Barak Obama, para que liberte os cinco cubanos presos, há mais de 12 anos, nos EUA, causa que mobiliza autoridades e entidades em todo o mundo, inclusive naquele país norte – americano.
Na ocasião foram abordados, ainda, os prejuízos causados com o criminoso bloqueio que há 49 anos os governos estadunidenses impõem a Cuba, e os sucessivos ataques terroristas, inclusive o midiático. Entre vários documentos, o ministro recebeu dois abaixo – assinados de iniciativa da Associação: o primeiro tem como signatários dezenas de sindicatos e entidades comprometidas com os direitos humanos e solidárias a Cuba. O segundo contém centenas de assinaturas de militantes políticos, estudantes, parlamentares, jornalistas e ativistas pelos direitos humanos.
Participaram da audiência, além de Marco Aurélio Garcia, os dirigentes da ACJM/RS Ricardo Haesbaert e Vânia Barbosa, o Conselheiro do Ministério, Audo Faleiro e a assessora jurídica da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, Mayra Cottac.
Sobre o bloqueio, o Ministro afirmou que o Brasil está determinado a manter a posição já manifestada no governo do ex – presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou seja, que os Estados Unidos acabem com essa longa sanção contra Cuba, pois é uma “condição para uma nova apresentação dos Estados Unidos diante da América do Sul”. O Brasil já foi contra a medida em sucessivas Assembleias das Nações Unidas e nos encontros da 20ª Cúpula Ibero-Americana, da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Mercosul.
Sobre os cinco, o Assessor da Presidência da República ressaltou que além das manifestações internas pela sua liberdade, as entidades de solidariedade no Brasil devem fortalecer as iniciativas já ocorridas, junto às instituições políticas de direitos humanos, para solicitar que o caso seja levado à discussão nos organismos internacionais como o Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas. Sugeriu que para isso os órgãos busquem o apoio do Ministério de Relações Exteriores do governo brasileiro. Ainda neste sentido, o Ministro vai conversar sobre o caso com a Presidenta Dilma Roussef e autoridades governamentais responsáveis em conduzir o assunto direitos humanos.
O assessor sugeriu, também, que as entidades de solidariedade tentem sensibilizar jornalistas sobre a importância de a imprensa denunciar e esclarecer casos de violação dos direitos humanos, como o dos cinco. Marco Aurélio Garcia referiu a importância histórica de Cuba, pela sua capacidade de resistência e luta pela soberania. Segundo ele caiu o Muro de Berlin e deixou de existir a União Soviética, e até hoje a Ilha se mantém em pé e disposta a se reconstruir, apesar das dificuldades que enfrenta. E isso o governo brasileiro não ignora.
Os dirigentes da José Marti avaliaram como positiva a orientação de Marco Aurélio Garcia, e reconhecem nas leis internacionais de direito humanitário uma ação eficaz para garantir a libertação dos antiterroristas cubanos. Porém, insistem que é preciso aumentar a união e a pressão das entidades de solidariedade em nível nacional e internacional. A associação gaúcha fará um apelo às demais entidades do Brasil, para que reforcem a campanha dos Cinco junto aos órgãos de direitos humanos dos seus estados e encaminhem à Ministra Maria do Rosário Nunes.
Nesta sexta – feira (18), o presidente Ricardo Haesbaert comunicou as sugestões do Ministro Marco Aurélio, à Ministra da Secretária Especial dos Direitos Humanos do Governo Federal, Maria do Rosário Nunes, e à presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, Deputada Manuela d’Ávila, que se encontram no Estado para o debate sobre a Política Nacional de Direitos Humanos.
Dirigentes da ACJM/RS visitam Embaixada de Cuba no Brasil
Num longo e amistoso encontro com o Embaixador cubano no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez, o Conselheiro Vice – Chefe da Embaixada, Alexis Bandrich Vega e os Conselheiros, Político, Rafael Hidalgo Fernádez, e Econômica, Maria Emília Cabrera Viera, de Cuba, os dirigentes da Associação Cultural José Marti relataram a conversa com o Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, e manifestaram a intenção de fortalecer a luta pela libertação dos Cinco e contra o bloqueio estadunidense a Cuba.
Na avaliação do presidente da ACJM/RS, Ricardo Haesbaert, a eficácia das ações de solidariedade a Cuba passa, também, pela união e empenho das entidades, que não pode ocorrer apenas durante as convenções, mas também através de apoio e troca de experiências permanentes.
Haesbaert acredita, ainda, que a busca de parcerias públicas e privadas nos estados poderá resultar em grandes projetos de cooperação entre Cuba e Brasil, tais como na área de educação, cultura, esporte, agricultura e saúde. Segundo o dirigente essa é uma boa forma de furar o bloqueio e garantir benefícios tanto ao povo cubano quanto ao brasileiro. E para tanto a intermediação das entidades de solidariedade é fundamental, assegura.
Presidenta da Câmara de Vereadores da Capital gaúcha faz apelo em favor de Cuba
Na condição de presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, a Vereadora Sofia Cavedon encaminhou, na quinta – feira (17), à presidenta Dilma Roussef, correspondência com um apelo para que manifeste a Barak Obama, o pedido de soltura dos Cinco Cubanos, presos injustamente desde 1998, por suposta espionagem no Estado de Miami, EUA. O documento repudia, também, o criminoso bloqueio comandado pelos Estados Unidos, o que impede o desenvolvimento soberano de Cuba. Entre vários argumentos, Sofia Cavedon destaca à presidenta brasileira a grande expectativa pela intervenção, em razão da sua reconhecida liderança e sensibilidade, além do compromisso que tem com os valores democráticos e humanitários. A vereadora ressalta a importância que o Brasil tem para a América e para o Mundo, e o apoio que pode conceder aos países que lutam para defender a sua soberania.
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal aprova, por unanimidade, moção em defesa de Cuba
Na quinta – feira (17), a presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, Deputada Manuela d’Ávila, entregou, ao dirigente da Associação Cultural José Marti do Rio Grande do Sul, Ricardo Haesbaert, cópia da moção em defesa do povo cubano, aprovada, por unanimidade, no dia anterior, em reunião da Comissão.
O documento pede que, em respeito à Declaração Universal dos Direitos Humanos, sejam libertados os Cinco cubanos Antonio Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández, René González e Ramón Labañino, condenados e presos, há mais de 12 anos, em cárceres privados dos Estados Unidos.
A moção pede, também, o fim do bloqueio e das ações terroristas contra Cuba, e que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil discuta as investidas do governo dos EUA sobre a Ilha, junto à União de Nações Sul – Americanas – UNASUL.
Em reunião com o Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, a representante da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, Mayra Cottac, entregou o documento ao Ministro que considerou a medida um importante reforço para as campanhas de solidariedade.
Niemeyer em abaixo-assinado a Obama: contra o imperialismo
O arquiteto Oscar Niemeyer, presidente de Honra da Rede das Redes em Defesa da Humanidade – Capítulo Brasileiro, lidera o abaixo-assinado dirigido ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que visita o Brasil neste final de semana. No documento, os signatários pedem o cumprimento das promessas de campanha de Obama, como a desativação da Prisão de Guantánamo, e fazem um apelo para que ele acabe com o bloqueio a Cuba e liberte os Cinco Herois Cubanos, em nome da real integração entre os povos. No documento, Niemeyer e os demais críticos do imperialismo ressaltam os ataques do governo estadunidense contra Honduras, Venezuela, Bolívia e África, e as ações das agências de inteligência daquele país contra as nações sul – americanas, nas décadas de 60 e 70.
Fonte: O outro lado da notícia
Nenhum comentário:
Postar um comentário