Depoimentos
Sabina Braga, representando os pais no Conselho Escolar da escola, disse que o atual prédio não tem espaço físico para atender as demandas dos alunos. “Não temos espaço para recreação e diversas atividades, inclusive para abrir novas turmas de ensino em 2011”, relata. Júlia Barreto, vice-diretora da escola, disse que o prédio provisório é ocupado desde 2008 e que hoje conta com quatro turmas em duas salas de aula. “Estamos aguardando a construção do prédio definitivo no bairro Partenon, pois atendemos desde a educação precoce até o segundo ciclo”, informa.
Segundo Júlia, o espaço físico os limita a crescer e progredir pedagogicamente, mesmo que ressalte que não há fila de espera e as demandas são atendidas. “As mães nos cobram. A gente vem crescendo e conquistando espaço e a credibilidade das famílias e alunos”, registra ao lembrar que a equipe docente é formada por nove profissionais que atendem os 26 alunos matriculados. “Não somos números e temos um ano letivo para começar em 2011 com, no mínimo, mais duas turmas. Onde vamos colocar essas crianças?”, questiona.
Verbas
A secretária adjunta da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Zuleica Beltrame, disse que o governo já investiu R$ 50 mil para melhorias no atual prédio. Ela também ressalta que já estão previstas as obras para o prédio definitivo da Salomão Watnick no Partenon, mas que “é difícil estabelecer uma data para a construção”. Zuleica informa que o custo estimado é de R$ 2 milhões, no mínimo, no terreno na Rua Cosme Damião. “Queremos pedir emendas parlamentares para priorizar as obras”, destaca, ao informar que as verbas da educação em Porto Alegre são adequadas ao conjunto das necessidades e demandas das cidades. Questionada pelos vereadores, ela admite que não há previsão do total deste montante na peça orçamentária para 2011, o que atrasaria para 2012 o início das obras.
Também estiveram presentes os vereadores Tarciso Flecha Negra (PDT) e Fernanda Melchionna (PSOL).
Fonte: Assessoria de Imprensa CMPA.
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Personalidades ligadas à Educação receberão homenagem
Jornalista Maria José Vasconcelos de Souza
Para Sofia Cavedon grande parte da história de valorização e investimento na educação, pelo jornal Correio do Povo, deve-se à jornalista Maria José Vasconcelos, que criou a Editoria de Ensino, onde atua desde 1998, na época junto com a Editoria Geral (até 2001). Maria José formou-se em jornalismo pela Puc/RS. No Correio do Povo, atuou como redatora, repórter, subeditora, editora e chefia da Central do Interior. Sua dedicação à educação advém da sua formação no magistério, através de cursos de extensão na área didático-pedagógica, graduação em Pedagogia, especialização em Orientação Educacional e pós-graduação em Alfabetização.
Nesses dez anos de diária cobertura jornalística do setor educacional, a Editoria de Ensino se tornou leitura diária obrigatória de milhares de pessoas, que nela acompanham a evolução da educação no Estado e no País, e que ali buscam possibilidades de formação, de emprego e aprofundamento na área, destaca Sofia. “Se, por um lado escolas, professores, alunos, entidades educacionais acompanham ali suas lutas, reivindicações, protestos, realizações, por outro, os gestores contam com importante instrumento de divulgação de suas propostas e ações e dos resultados obtidos, além de obter informações de como essas estão sendo recebidas, de outras iniciativas que estão sendo realizadas, e dos problemas que os sistemas educacionais têm a enfrentar”, enfatizou.
Professora Andréa Portela de Azambuja
A professora da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre Andréa Portela de Azambuja iniciou um projeto com dança em 1990, nas aulas de Educação Física na EMEF Victor Issler. Com o tempo, a oficina de dança cresceu, ampliando seu universo social e proporcionando aos alunos novos desafios. Em 1994, o grupo de dança coordenado pela professora realizou o primeiro espetáculo no Teatro Renascença, participando também da “Escola Faz Arte”, no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS. Foi o ano em que os alunos descobriram o palco e iniciaram sua trajetória em espaços culturais oficiais .
Em 2001, Andréa lançou o Projeto “Pé na Dança Pé no Mundo”, com caráter de danças folclóricas de projeção, étnicas e populares, ricas em tradições, histórias e ampla diversidade de conhecimentos. Sob a sua coordenação, o Projeto “Pé na Dança Pé no Mundo” completa 20 anos de existência este ano. Para Sofia essa trajetória expressa a preocupação e a dedicação com a cultura popular e a salvaguarda dos “saberes” e “fazeres” que constituem o patrimônio cultural brasileiro.
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Para Sofia Cavedon grande parte da história de valorização e investimento na educação, pelo jornal Correio do Povo, deve-se à jornalista Maria José Vasconcelos, que criou a Editoria de Ensino, onde atua desde 1998, na época junto com a Editoria Geral (até 2001). Maria José formou-se em jornalismo pela Puc/RS. No Correio do Povo, atuou como redatora, repórter, subeditora, editora e chefia da Central do Interior. Sua dedicação à educação advém da sua formação no magistério, através de cursos de extensão na área didático-pedagógica, graduação em Pedagogia, especialização em Orientação Educacional e pós-graduação em Alfabetização.
Nesses dez anos de diária cobertura jornalística do setor educacional, a Editoria de Ensino se tornou leitura diária obrigatória de milhares de pessoas, que nela acompanham a evolução da educação no Estado e no País, e que ali buscam possibilidades de formação, de emprego e aprofundamento na área, destaca Sofia. “Se, por um lado escolas, professores, alunos, entidades educacionais acompanham ali suas lutas, reivindicações, protestos, realizações, por outro, os gestores contam com importante instrumento de divulgação de suas propostas e ações e dos resultados obtidos, além de obter informações de como essas estão sendo recebidas, de outras iniciativas que estão sendo realizadas, e dos problemas que os sistemas educacionais têm a enfrentar”, enfatizou.
Professora Andréa Portela de Azambuja
A professora da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre Andréa Portela de Azambuja iniciou um projeto com dança em 1990, nas aulas de Educação Física na EMEF Victor Issler. Com o tempo, a oficina de dança cresceu, ampliando seu universo social e proporcionando aos alunos novos desafios. Em 1994, o grupo de dança coordenado pela professora realizou o primeiro espetáculo no Teatro Renascença, participando também da “Escola Faz Arte”, no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS. Foi o ano em que os alunos descobriram o palco e iniciaram sua trajetória em espaços culturais oficiais .
Em 2001, Andréa lançou o Projeto “Pé na Dança Pé no Mundo”, com caráter de danças folclóricas de projeção, étnicas e populares, ricas em tradições, histórias e ampla diversidade de conhecimentos. Sob a sua coordenação, o Projeto “Pé na Dança Pé no Mundo” completa 20 anos de existência este ano. Para Sofia essa trajetória expressa a preocupação e a dedicação com a cultura popular e a salvaguarda dos “saberes” e “fazeres” que constituem o patrimônio cultural brasileiro.
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Inclusão Escolar - Estratégias de convivência foi o último tema debatido
O doutorando em Educação e professor da EMEEF Elyseu Paglioli, Marco Aurélio Freire Ferraz, apresentou um recorte da sua dissertação de mestrado, de como os alunos produzem as estruturas de convivência na história deles. “As noções básicas da escola eles sabem. A lógica da normalidade é mais difícil para eles entenderem”, afirmando que “precisamos ouvir mais os alunos com deficiência. Ouvimos os professores, os alunos e demais segmentos, mas não escutamos os alunos, que têm muito a contribuir com o sucesso deles na escola e na vida”.
Segundo a diretora da Atempa e professora da EMEF Presidente Vargas, Anabel Cogo, a inclusão para ela é um fato e na sua escola acontece. Anabel apresentou o processo de inclusão escolar que se realiza na Presidente Vargas, há oito anos. Ela defendeu a manutenção das escolas especiais, pois muitos alunos, especialmente os que apresentam múltiplas síndromes, necessitam estar em espaços mais adequados.
O promotor de Justiça, Miguel Granato Velasquez , especialista em Direito Comunitário e Infância e Juventude, apresentou a orientação constitucional referente a escola inclusiva, onde determina que as pessoas com deficiência têm direito a estudar em escolas regulares. “A comunidade escolar tem que estar preparada para romper preconceitos, conviver com a pluralidade e garantir tratamento igualitário respeitando as diferenças”, afirmou. Ele lembrou que os primeiros intérpretes na colonização brasileira foram as crianças. “Porque elas têm a facilidade de se comunicar, então por quê não incluir no currículo inicial o aprendizado em libras?” questiona o Promotor. Velasquez também defende a manutenção das escolas especiais, pois entende que o processo de inclusão escolar nas regulares não pode se transforma em modismo, sendo que muitos alunos podem não se adaptar nessa escola, destacou.
A 3ª edição do Ciclo de Debates sobre Inclusão Escolar abordou sobre a necessidade da construção de estratégias que garantam a inclusão escolar responsável. Nos cinco encontros realizados foram debatidos as Estratégias de Acessibilidade, Cidadania, Aprendizagem, Currículo e Convivência.
Iniciativa
O Fórum pela Inclusão Escolar e os Ciclos de Debates são iniciativas de um grupo de trabalho formado por representantes das escolas especiais do município, da Sala de Integração e Recursos (SIR), da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre, da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa), Prefeitura Municipal de Porto Alegre e gabinete da vereadora Sofia Cavedon.
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Segundo a diretora da Atempa e professora da EMEF Presidente Vargas, Anabel Cogo, a inclusão para ela é um fato e na sua escola acontece. Anabel apresentou o processo de inclusão escolar que se realiza na Presidente Vargas, há oito anos. Ela defendeu a manutenção das escolas especiais, pois muitos alunos, especialmente os que apresentam múltiplas síndromes, necessitam estar em espaços mais adequados.
O promotor de Justiça, Miguel Granato Velasquez , especialista em Direito Comunitário e Infância e Juventude, apresentou a orientação constitucional referente a escola inclusiva, onde determina que as pessoas com deficiência têm direito a estudar em escolas regulares. “A comunidade escolar tem que estar preparada para romper preconceitos, conviver com a pluralidade e garantir tratamento igualitário respeitando as diferenças”, afirmou. Ele lembrou que os primeiros intérpretes na colonização brasileira foram as crianças. “Porque elas têm a facilidade de se comunicar, então por quê não incluir no currículo inicial o aprendizado em libras?” questiona o Promotor. Velasquez também defende a manutenção das escolas especiais, pois entende que o processo de inclusão escolar nas regulares não pode se transforma em modismo, sendo que muitos alunos podem não se adaptar nessa escola, destacou.
A 3ª edição do Ciclo de Debates sobre Inclusão Escolar abordou sobre a necessidade da construção de estratégias que garantam a inclusão escolar responsável. Nos cinco encontros realizados foram debatidos as Estratégias de Acessibilidade, Cidadania, Aprendizagem, Currículo e Convivência.
Iniciativa
O Fórum pela Inclusão Escolar e os Ciclos de Debates são iniciativas de um grupo de trabalho formado por representantes das escolas especiais do município, da Sala de Integração e Recursos (SIR), da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre, da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa), Prefeitura Municipal de Porto Alegre e gabinete da vereadora Sofia Cavedon.
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sábado, 16 de outubro de 2010
Mobilização e Agenda do RS - Dilma Presidente
A mobilização
Construir a onda 13 no Rio Grande para eleger Dilma presidente foi definida através de uma grande agenda de mobilização.
A agenda prevê atividades de rua, contato com a população gaúcha, caminhadas, panfleteação e contará com a mobilização de todos os partidos e lideranças presentes na plenária.
A ordem é tomar as ruas, adesivar o peito, colocar a bandeira no ombro e debater com todos os gaúchos e gaúchas a necessidade de eleger Dilma Presidente, porque o Rio Grande quer crescer no ritmo do Brasil; quer garantir que os investimentos feitos vão continuar aqui. Mostrar o que o governo federal, com Lula, já fez pelo Rio Grande, com obras como a duplicação da BR 101 de Osório a Torres, a implantação do Pólo Naval, com o ProUni que já levou 50 mil alunos de baixa renda para as universidades, com o programa Luz para Todos que já atendeu a 83 mil famílias, e o Minha Casa Minha Vida já beneficiou mais de 51 mil famílias gaúchas.
AGENDA
18.10 (segunda-feira)
TARSO GENRO, BETO GRILL, OLIVIO DUTRA:
18h30 – Grande ato com todas as lideranças religiosas do RS
Local: Auditório do Comitê Central.
19.10 (terça-feira)
OLIVIO DUTRA: Atividades de manhã no centro de Porto Alegre
BETO GRILL: 14h00 – Agenda 2020.
*20.10 (quarta-feira)
OLIVIO DUTRA: Atividade todo o dia em Gravataí
TARSO GENRO: 18h30 – Caminhada em Santa Maria
BETO GRILL: 19h00 – Jantar regional São Lourenço
* estas agendas poderão ser alteradas de acordo com a definição das agendas nacionais.
*21.10 (quinta-feira)
TARSO GENRO: 20h00 – Atividade da campanha Dilma
BETO GRILL: 19h00 – Comício em Nova Prata (30 municípios).
OLIVIO DUTRA: Atividade de manhã em Alvorada.
* estas agendas poderão ser alteradas de acordo com a definição das agendas nacionais.
*22.10 (sexta-feira)
BETO GRILL: 14h30 – Visita à Santa Casa de Pelotas
OLIVIO DUTRA: Atividade durante a tarde em Porto Alegre
TARSO GENRO: 19h00 – Caminhada Caxias
BETO GRILL: 19:00 h – Jantar com ex-alunos do Colégio Municipal Pelotense - Local: Museu do Colégio
* estas agendas poderão ser alteradas de acordo com a definição das agendas nacionais.
23.10 (sabado)
OLIVIO DUTRA: Atividade durante a manhã em Porto Alegre.
TARSO GENRO: 11h00 – Carreata – Novo Hamburgo
TARSO GENRO: 15h00 – Carreata – Sapiranga
TARSO GENRO: 17h00 – Carreata - Taquara
BETO GRILL: (Agenda em Municípios da Zona Sul – C/Prefeito Batata)
24.10 (domingo)
TARSO GENRO: 10h00 – Carreata – Vale do Gravataí
TARSO GENRO: 17h00 - Carreata – Vale do Gravataí
BETO GRILL: (Agenda em Municípios da Zona Sul c/Prefeito Batata)
25.10 (segunda-feira)
OLIVIO DUTRA: Atividade em Caxias do Sul
BETO GRILL: (Agenda em Municípios da Zona Sul c/Prefeito Batata)
26.10 (terça-feira)
TARSO GENRO: 09h00 – Passo Fundo
TARSO GENRO: 12h00 – Erechim
BETO GRILL: Agenda em Municípios da Zona Sul c/Prefeito Batata)
27.10 (quarta-feira)
TARSO GENRO: 12h00 – Participa do “Ta na Mesa” - FEDERASUL
TARSO GENRO: 16h00 – Rio Grande
TARSO GENRO: 20h00 – Pelotas
BETO GRILL: Atividade à Tarde em Santana do Livramento c/Beto Albuquerque.
28.10 (quinta-feria)
TARSO GENRO: 10h00 – Bagé
TARSO GENRO: 15h00 – Uruguaiana
BETO GRILL: 20h00 – Aniversário Diário Popular – Pelotas – 120 anos – Local: Turis Park Hotel.
22h00 – Ultimo debate entre Dilma x Serra na TV.
9.10 (sexta-feira)
TARSO GENRO: 11h00 – Santo Ângelo
TARSO GENRO: 15h00 – Cruz Alta
30.10 (sabado)
TARSO GENRO: 11h00 – Caminhada – São Leopoldo
TARSO GENRO: 17h00 – Caminhada Cidade Baixa – Porto Alegre.
Agenda Senador PAULO PAIM
Estão previstas atividades nas seguintes regiões:
PORTO ALEGRE
VALE DO GRAVATAI
VALE DO SINOS
VALE DO TAQUARI
SERRA
LITORAL SUL.
As atividades específicas do Senador Paim em cada uma dessas regiões estão sendo detalhadas.
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Construir a onda 13 no Rio Grande para eleger Dilma presidente foi definida através de uma grande agenda de mobilização.
A agenda prevê atividades de rua, contato com a população gaúcha, caminhadas, panfleteação e contará com a mobilização de todos os partidos e lideranças presentes na plenária.
A ordem é tomar as ruas, adesivar o peito, colocar a bandeira no ombro e debater com todos os gaúchos e gaúchas a necessidade de eleger Dilma Presidente, porque o Rio Grande quer crescer no ritmo do Brasil; quer garantir que os investimentos feitos vão continuar aqui. Mostrar o que o governo federal, com Lula, já fez pelo Rio Grande, com obras como a duplicação da BR 101 de Osório a Torres, a implantação do Pólo Naval, com o ProUni que já levou 50 mil alunos de baixa renda para as universidades, com o programa Luz para Todos que já atendeu a 83 mil famílias, e o Minha Casa Minha Vida já beneficiou mais de 51 mil famílias gaúchas.
AGENDA
18.10 (segunda-feira)
TARSO GENRO, BETO GRILL, OLIVIO DUTRA:
18h30 – Grande ato com todas as lideranças religiosas do RS
Local: Auditório do Comitê Central.
19.10 (terça-feira)
OLIVIO DUTRA: Atividades de manhã no centro de Porto Alegre
BETO GRILL: 14h00 – Agenda 2020.
*20.10 (quarta-feira)
OLIVIO DUTRA: Atividade todo o dia em Gravataí
TARSO GENRO: 18h30 – Caminhada em Santa Maria
BETO GRILL: 19h00 – Jantar regional São Lourenço
* estas agendas poderão ser alteradas de acordo com a definição das agendas nacionais.
*21.10 (quinta-feira)
TARSO GENRO: 20h00 – Atividade da campanha Dilma
BETO GRILL: 19h00 – Comício em Nova Prata (30 municípios).
OLIVIO DUTRA: Atividade de manhã em Alvorada.
* estas agendas poderão ser alteradas de acordo com a definição das agendas nacionais.
*22.10 (sexta-feira)
BETO GRILL: 14h30 – Visita à Santa Casa de Pelotas
OLIVIO DUTRA: Atividade durante a tarde em Porto Alegre
TARSO GENRO: 19h00 – Caminhada Caxias
BETO GRILL: 19:00 h – Jantar com ex-alunos do Colégio Municipal Pelotense - Local: Museu do Colégio
* estas agendas poderão ser alteradas de acordo com a definição das agendas nacionais.
23.10 (sabado)
OLIVIO DUTRA: Atividade durante a manhã em Porto Alegre.
TARSO GENRO: 11h00 – Carreata – Novo Hamburgo
TARSO GENRO: 15h00 – Carreata – Sapiranga
TARSO GENRO: 17h00 – Carreata - Taquara
BETO GRILL: (Agenda em Municípios da Zona Sul – C/Prefeito Batata)
24.10 (domingo)
TARSO GENRO: 10h00 – Carreata – Vale do Gravataí
TARSO GENRO: 17h00 - Carreata – Vale do Gravataí
BETO GRILL: (Agenda em Municípios da Zona Sul c/Prefeito Batata)
25.10 (segunda-feira)
OLIVIO DUTRA: Atividade em Caxias do Sul
BETO GRILL: (Agenda em Municípios da Zona Sul c/Prefeito Batata)
26.10 (terça-feira)
TARSO GENRO: 09h00 – Passo Fundo
TARSO GENRO: 12h00 – Erechim
BETO GRILL: Agenda em Municípios da Zona Sul c/Prefeito Batata)
27.10 (quarta-feira)
TARSO GENRO: 12h00 – Participa do “Ta na Mesa” - FEDERASUL
TARSO GENRO: 16h00 – Rio Grande
TARSO GENRO: 20h00 – Pelotas
BETO GRILL: Atividade à Tarde em Santana do Livramento c/Beto Albuquerque.
28.10 (quinta-feria)
TARSO GENRO: 10h00 – Bagé
TARSO GENRO: 15h00 – Uruguaiana
BETO GRILL: 20h00 – Aniversário Diário Popular – Pelotas – 120 anos – Local: Turis Park Hotel.
22h00 – Ultimo debate entre Dilma x Serra na TV.
9.10 (sexta-feira)
TARSO GENRO: 11h00 – Santo Ângelo
TARSO GENRO: 15h00 – Cruz Alta
30.10 (sabado)
TARSO GENRO: 11h00 – Caminhada – São Leopoldo
TARSO GENRO: 17h00 – Caminhada Cidade Baixa – Porto Alegre.
Agenda Senador PAULO PAIM
Estão previstas atividades nas seguintes regiões:
PORTO ALEGRE
VALE DO GRAVATAI
VALE DO SINOS
VALE DO TAQUARI
SERRA
LITORAL SUL.
As atividades específicas do Senador Paim em cada uma dessas regiões estão sendo detalhadas.
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Bisol: professor é quem faz o ser humano acreditar em si
93ª SESSÃO ORDINÁRIA 13/10/2010
(Texto sujeito a alterações, devido à revisão do orador.)
Palestra do Professor José Paulo Bisol durante o período de Comunicações.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Hoje, este período é destinado à palestra do Professor José Paulo Bisol, sobre o tema “O Professor e a Educação”. Convidamos o Sr. José Paulo Bisol para compor a Mesa.
O Sr. José Paulo Bisol está com a palavra para falar sobre o tema: O Professor e a Educação.
O SR. JOSÉ PAULO BISOL: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, autoridades presentes, meus senhores e minhas senhoras, eis-me aqui, com a sensação de um fantasma, como se eu emergisse das sombras, do esquecimento, da marginalidade, e me encontrasse, de repente, até com certa surpresa, perante um microfone, outra vez, a falar.
Não posso deixar, desta vez, de falar, realmente, como um fantasma. Lacan insiste muito na ideia de que, via de regra, as pessoas morrem duas vezes: morrem simbolicamente e morrem ao morrer, morrem ao ir embora, ao desaparecer, ao dissolver-se no infinito. Lacan diz que há uma vida estranha, diferente entre as duas mortes, entre a morte simbólica e a morte chamada assim de real. Ele cita o caso de Napoleão, que, quando esteve na ilha, já estava simbolicamente morto e tentou viver de novo, mas a vida não era mais a mesma coisa. A vida era uma vida de fantasma, o fantasma de Napoleão. Eu sou, sem tristeza nenhuma, afirmo isso, um fantasma. Eu morri simbolicamente. Se vocês não testemunharam isso, foi porque não quiseram testemunhar. Eu fui objeto de destruição explícita, clara. Se vocês não lembram disso é porque não tinha importância, mesmo. Mas a posição de um homem que falava, de um homem que discutia, de um homem que queria escavar e encontrar a verdade, de um homem que sabia que a verdade não se dá com facilidade, de um homem que sabia que não se apanha nunca a verdade inteira, de um homem que sabe que isto não pode esgotar-se jamais - esse esforço para buscar um pouco mais de verdade -, esse homem acabou, a mídia o destruiu. E ele saiu, morreu simbolicamente.
A Sofia, de repente, me telefona e diz: “Nós, os professores, gostaríamos que voltasses a falar.” Quero dizer aos professores que eu só estou aqui, neste momento, porque foram os professores que me convidaram. Para mim, a figura do professor é crucialmente central. Para mim, a figura do professor não é apenas a figura do mestre, daquele que sabe, daquele que transfere o saber. Para mim, a figura do professor é a daquele que faz o ser humano acreditar em si mesmo, ensinar a ser si mesmo, ensinar a ser gente, contribuir com a formação de um ser humano aberto, capaz de ousadias, de aventuras, mas com talento para a fidelidade. Esse professor é o criador da vida, é o criador da relação, ele está ali para fazer emergir a verdade. E a verdade é o desiderato mais difícil do ser humano.
Eu estou acostumado a ouvir e vejo que as pessoas, normalmente, quando falam, falam com a convicção de que estão dizendo a verdade, o que, aliás, é um bom sinal. Mas percebo também que raramente a pessoa se dá conta de que ela não é absoluta. É tão estranho dizer isto, mas o absoluto nos infernaliza a vida, o absoluto nos esmaga, o absoluto nos humilha, o absoluto nos marginaliza. E, nas horas cruciais da existência, os donos da palavra, os donos do absoluto acabam impondo. Um dos absolutos com os quais nós convivemos diariamente é a mídia. Você vive a sua vida particular, com seus ideais, fazendo seus esforços, alimentando suas crenças, tentando ser cada vez mais claro para você mesmo e para os outros, mas, se alguém na mídia resolve dizer algo a seu respeito, verdade ou não verdade - prestem bem atenção -, não há defesa possível! Então, eu ouço, por exemplo, um jornalista - quase que diariamente vocês podem ver isso - ir ao microfone de sua emissora e dizer: “Eu sou imparcial.” Em futebol isso é diário! A pessoa é supergremista ou supercolorada, mas vai lá, aperta um botão e diz: “Eu sou imparcial.” Aperta outro botão: “Bom, volto a ser normal.”
Ultimamente, um conhecido colunista gaúcho foi ao microfone - ele não faz mais esporte, mas iniciou a sua carreira fazendo esporte - e contou, lembrou dos tempos em que ele fazia esporte e, no final, ele disse: “Agora eu posso dizer que sou colorado. Pois, então, eu sou colorado!”
A pergunta que eu faço é a seguinte: quem é que, gostando de esporte, no Rio Grande do Sul, não sabia que ele era colorado? Gente, é possível apertar um botão e, a partir daí, ser imparcial? Mas a pergunta não simplificada é esta: existe metalinguagem? Existe uma linguagem sobre a qual eu me torne capaz de decidir com absoluta neutralidade qualquer coisa? Olha, eu fui juiz, foram trinta anos de existência de juiz, e sempre senti humanamente alguma coisa em relação às causas. Quer dizer, não era a minha razão, havia alguma coisa em meu ser que se inclinava, ab initio, para uma determinada decisão. E eu, para ser imparcial, tinha que fazer a revisão disso, examinar profundamente e buscar a imparcialidade. Ou seja, em cada sentença você tem de conquistar a imparcialidade, simplesmente porque o ser humano é um ser relativo, simplesmente, porque nós somos divididos – e aqui eu volto a Lacan. Desde que Freud trouxe a sua lição para o mundo e nos transferiu os conhecimentos que conquistou, nós sabemos que cada um de nós é um ser que lida conscientemente com as coisas e que lida inconscientemente. Ou seja, o inconsciente existe, não existe? Você, que está me ouvindo, não tem inconsciente? Você tem um controle absoluto sobre o seu inconsciente? Pelo menos, deixem relembrar isso.
A gente nasce completamente sem qualquer consciência. A gente passa os primeiros meses completamente na inconsciência. Nós somos seres radicalmente inconscientes nos primeiros meses de vida. Tanto que os analistas hoje examinam isso. No tempo de Freud, se dizia que o bebê tinha uma relação com a mãe como um ser total. Até que surgiu Abraham e disse que a criança, o infante não tem relação com a mãe, nem com o pai, nem com ninguém. O infante tem relação com partes dos outros: tem relação com o seio, tem relação com a voz, tem relação com o cheiro e com todos esses objetos, que eles chamam de objetos parciais. Mas não tem uma relação com a mãe como um todo, porque não tem, ainda não formou sequer o esboço, sequer o início de sua consciência, isto é, não tem aptidão para apanhar uma totalidade. Não é porque ela é infeliz, não é porque ela é errada, doente; é porque ela é um bebê. Simplesmente é assim. E, quando começávamos a estudar essas questões, víamos que, aos pouquinhos, a criança se desenvolve e fica apta para apanhar o ser integral da mãe, depois, do pai, etc.
Eu estou dizendo tudo isso para insistir numa coisa em que, raramente, nós pensamos: que nós somos, também, inconscientes. Nós não somos só esse ser consciente que imaginamos. Nós somos também, e de uma forma decisiva, um ser inconsciente, com forças que atuam fora de nosso controle.
Então, o bebê, segundo Karl Abraham, vai se fixando em objetos parciais. Tanto que, depois, se consagrou na psicanálise a ideia da evolução da morfologia perversa da criança nos primeiros meses. Ou seja, a criança, o infante, até um ano e pouco, digamos que nos primeiros meses de vida, desenvolve sensibilidades. A expressão que mais me pareceu correta é que ela desenvolve sombras mnésicas. Essas sombras mnésicas de momentos que lhe deram prazer, de momentos que lhe deram conforto, gosto de estar ali, são revividas sempre que elas entram em tensão.
Então, não é verdade, disseram os psicanalistas depois de Abraham, não é verdade que a criança, de repente, amadurece e vê a mãe como um todo, o pai como um todo. A verdade é que ela cria, dentro de si, uma espécie de objeto transcendente. É esquisito dizer isso, porque a versão que estou dando é bem materialista. Mas é uma espécie de objeto transcendente, quer dizer, essas sombras mnésicas que lhe deram prazer, alegria de estar viva, revivem cada vez que ela precisa se sentir melhor. E essas sombras mnésicas vão se desenvolvendo de tal forma que a criança se fixa não nos fatos que geraram os momentos prazerosos que deram razão de ser às sombras mnésicas, ela se fixa no tipo de relação que gerou essas sombras mnésicas. Então, ela vai reproduzir uma forma de relação em cada caso - como angústia, para resolver as suas angústias -, dependendo do prazer que ela está procurando.
Segundo Lacan, nós aí acabamos por formar o que ele chama, estranhamente, de objeto pequeno a, objeto a minúsculo. Por que ele chama assim? Ele chama assim, porque essa dimensão do ser humano, essa dimensão do inconsciente é inacessível do ponto de vista da simbolização, da razão. A razão não alcança, mas ela tem consequências extraordinárias na nossa vida, porque, depois, cada homem vai procurar um certo tipo de mulher, e cada mulher vai procurar um certo tipo de homem que seja apto, por suas particularidades, a provocar essas instâncias mnésicas de prazer. Ou seja, este objeto - objeto no sentido psicanalítico – que está dentro de nós e que não é nós, que vem de fora, que é um sistema de relações que aconteceram num período inconsciente de nossa vida, acaba sendo definitivo para a nossa existência, porque é a partir dele que nós vamos amar, odiar e outras coisas.
Então, eu insisto nesse detalhe - não quero forçar nenhuma interpretação, eu sei que não é fácil para quem não está habituado -, para que nós comecemos a pensar assim: eu sou um ser razoavelmente consciente. E isso é muito bom! Isto é, eu sou um ser capaz de pensar, eu sou um ser capaz de decidir. Tudo isso está certo. Mas até onde você decide? Você está vendo se é verdade o que eu acabo de simplificar? Você está vendo que a sua escolha amorosa está dependendo de um período de existência em que você não tinha a menor consciência? Eu estou simplificando, porque, se eu entrar ainda na questão dos traumas que ocorrem, pelo menos, no período inicial da existência, aí isso fica bem mais complicado. Mas a minha insistência é porque eu estou aqui conversando com os professores. Professor é fantástico, porque não se trata de transferir racionalidade. Transferir racionalidade é muito pouco! Mas muito pouco mesmo! Geralmente, os grandes homens maldosos da história humana foram rigorosamente racionais. E, se vocês leram Sade, vocês sabem que ele não é brincadeira não! Embora não tivesse nem talento para escrever, as verdades que ele desnuda são terríveis, dramáticas, dolorosas.
Então, é sobre isso que eu quero chamar a atenção: é que ninguém é dono de metalinguagem nenhuma. Você é daquelas pessoas que chega em casa e diz: “Aqui está a verdade!”? Ou que tem repentes e diz: “Não quero ouvir mais nada, chega, a verdade é esta!”? Ou, se você vive como se fosse um frequentador da verdade, eu vou dizer sinceramente para você - preparem uma vaia colossal: “Você está enganado! Você está redondamente enganado!”
E eu vou dizer mais. Essa paixão que a gente vê, por exemplo, na mídia brasileira: “Eu dito a verdade!”. É só ligar a televisão que você vê. Você vai, por exemplo, perceber... Eu percebi isso há poucos dias, porque ia haver o Campeonato do Mundo, aí eu resolvi comprar a tal de HD. Agora eu quero devolver a HD, porque eu não estou aí para aguentar as idiotices e as vulgaridades americanas da manhã até a noite. Nós compramos o que há de mais vagabundo nos Estados Unidos, porque os Estados Unidos sabem fazer filmes, só que esses filmes raramente passam ali; eles passam aqueles com água e açúcar, para vulgarizar você, para tornar você bem inconsciente de sua inconsciência. Você liga: “Eu quero ouvir música italiana”. Duvido você achar na tal HD! Bom, eu quero ver um filme com um certo valor artístico; de vez em quando aparece um Marlon Brando ou coisa assim. Mas, normalmente, você liga e você vê só superficialidade. E você fica colonizado. Você! O rei da metalinguagem! O rei da verdade! O desassombrado herói das palavras definitivas! Você engole aquela porcaria diariamente. É colonizado! É orientado a ter sentimentos pequenos! Começa a gostar de coisas insignificantes.
Eu digo: o que é um professor? Um professor, no meu simples entendimento, é aquele que diz assim: “Meu filho, não existe metalinguagem”. “Ah, mas a Bíblia, a Revelação, etc.” Não existe metalinguagem! E você tem que, primeiro, ter a liberdade de crer. Você quer crer em Deus? Assuma a sua liberdade e creia. Você quer crer nesta religião e não naquela? Assuma, creia; é do ser humano, é um direito seu. E nós outros temos que morrer para defender esse direito. Agora, se você é religioso e quer interferir na minha e quer impor a sua crença? Um cretino, é isso. Não há por que escolher as palavras. Você tem o sagrado direito da crença. Você nasce árabe, você tem a crença muçulmana; você aprende que matar uma multiplicidade de pessoas inocentes, crianças, mulheres, trabalhadores, boa gente, em nome de Deus... Você aprendeu isso, sua religião lhe ensinou que, se você matar em nome de Deus, você vai para o paraíso com trinta mulheres - ainda tem esse absurdo no meio -, com trinta mulheres a seu gosto, isto é, mulheres que são ao gosto de cada um é porque são prostitutas, mas é o que oferecem a eles. É duro dizer, não é, gente? É duro dizer isso. “Ah, mas os muçulmanos!” Na Idade Média, a Igreja Católica matou milhares de inocentes na fogueira com a maior frieza, porque eles eram donos da metalinguagem, porque eles não tinham tido bons professores. Os professores não apareceram e disseram: “Meu filho, não existe metalinguagem. Seja mais generoso, você tem direito à crença, creia; você tem direito ao ritual, pratique o ritual; você tem direito a discutir, a defender a sua ideia religiosa; defenda, pratique, estou aí para estimular isso aí!”
No momento em que você quer interferir na minha liberdade de crer, me desculpe, nesse momento você me revela que não é quem quer parecer; nesse momento você me revela que não teve bons professores; nesse momento você me revela que acha que existe metalinguagem e que você é o homem da metalinguagem, que quando você fala tudo é claro, racional. A racionalidade humana é limitada. O eu - para usar uma expressão praticamente fora de moda - é uma série de identificações. Quando você tinha quinze anos você era o eu, esse mesmo eu? Quando você tinha dez, vinte anos, você era o mesmo eu? Não, você fez uma série de identificações; você foi - graças a Deus, aliás - mudando, porque o eu não existe a não ser na imaginação. E o ser humano, para ser sujeito, tem que ingressar numa dimensão realizadora da vida; só viver não faz do ser humano um ser sujeito. Por quê? Porque eu preciso, por exemplo, encontrar uma relação afetiva, amorosa, escolher uma pessoa para viver comigo de uma forma tão correta, tão exigente, porque eu faço uma escolha e, depois, tenho que passar a vida inteira - prestem bem atenção ao que eu estou dizendo, porque eu não vou retirar, e vocês têm o direito de me vaiar -, vocês vão ter que lutar a vida inteira para manter essa relação. Porque vocês vão estar à beira da bofetada, do pontapé, milhares de vezes! E, se vocês não perceberam isso até agora, podem estar certos, não vão perceber mais nada. Ou seja, você tem que reconstruir sua relação afetiva com carinho e devoção, gostar dela para recriá-la dia a dia.
E eu vou dizer outra coisa escandalosa para vocês: nem a relação sexual é completa. Deveria ser, porque é a única relação com o outro em que a gente coloca a materialidade do corpo, além das tendências, inclinações, conscientes e inconscientes. Essa relação seria paradigmática! Seria “a” grande relação humana. Mas todos nós sabemos que ela é incompleta, difícil. Eu vejo aí os galãs, os dom-juans, os conquistadores se glorificarem por suas aventuras. Eu fico olhando: “Que desgraçado, como deve ter sofrido!” É difícil! A relação homem e mulher é difícil! O desencontro é quase que certo. É claro, o desejo acoberta a verdadeira situação.
Então, o que eu estou querendo dizer é que ser professor não é tão simples assim. “Ah, vou te ensinar inglês, matemática. Vou te ensinar a pensar!” Opa! Pensar? Como é que eu estou acostumado a pensar?
O que vale um professor! O que vale um professor de verdade! Vocês podem ouvir um radialista dizer: “Eu sou imparcial, eu tenho a metalinguagem”. Tudo bem! Mas vocês não veem um Hegel dizer isso, vocês não veem um Jacques Maritain, pensador cristão, dizer isso, vocês não veem uma grande pessoa, capaz de trabalhar com a cabeça, afirmar isso. Todos os autores que vocês lerem, que forem bons autores, vão dizer para vocês: “Você é um ser relativo. Nada é completo em você”. Repito: nada é completo em mim e nunca foi, e nada é completo em você. E, se fosse completo, estaria na hora de morrer, não é verdade? Estou completo, estou pronto. Não, você vai ter que lutar até o último dia.
É nesse sentido que eu gostaria de vir aqui e ser capaz de cantar o sentido vibrátil, generoso, criador do status de professor. Professor é isso, é para criar essa coisa difícil que se chama verdade, é para me dizer: “Olha, Bisol, tu gostas muito de ler, mas tu vais ler até a morte e não vais aprender tudo, nem perto de tudo”. E só alcança a verdade por pedaços, como qualquer outro. Nós temos que ser suficientemente comunitários, aprender a nos querer bem, a nos amar, para sabermos isso e nos completarmos, porque, na hora em que surge o excesso de poder, por exemplo, politicamente, vocês podem prestar atenção, detrás desse excesso de poder está um saber mentiroso, um saber falso. Detrás de um Hitler existe uma grande mentira, um grande não saber, e é justamente por esse não saber que a metalinguagem não existe. Os seres humanos seriam muito melhores se não fosse essa pretensão de metalinguagem. Se você não estivesse cercado por pessoas oniscientes, se você não estivesse cercado por pessoas que se acham capazes de tudo, você viveria num mundo melhor. E eu sinto aqui, olhando humildemente para vocês, que vocês sabem do que eu estou falando. Todo mundo sabe, mas, não sei por que, chega lá fora e diz: “O meu credo é o melhor; o meu Deus é o melhor; a minha verdade é a mais verdadeira; os outros são enganados, eu não; e eu estou aí para impor!” E o resultado disso tudo é que a democracia, por exemplo, fica uma coisa tremendamente pobre. Eu vou dizer uma coisa para vocês sem receio nenhum - não vou mencionar lados, porque não é isso que me interessa: essa eleição brasileira é uma vergonha para a nossa democracia. A democracia brasileira está num mau momento! É uma eleição sem respeito recíproco, é uma eleição sem grandeza e é uma eleição que desconforta as pessoas. As pessoas se sentem inconfortáveis com esse tipo de luta, pois o que é que nós queremos com esse tipo de luta, com esse vale-tudo, com esse jogo? Esse é o jogo da subliminalidade. Você liga um aparelho e você sente subliminarmente para quem eles estão trabalhando, e a coisa perde o sentido. O que mais nos falta? É isso o que eu quero dizer para vocês. Antigamente eu falava de uma forma diferente. Eu tinha a minha doutrina, a minha concepção do mundo e a defendia; procurava ser menos crítico, menos amargo. Mas estou fazendo, daqui a alguns dias, 82 anos de idade. Pode ser que eu tenha que curtir no inferno algumas mentiras, mas nenhuma foi cometida hoje neste plenário! Não menti para vocês. Vim aqui para abrir meu coração e dizer que sou um apaixonado pelo Estatuto do Professor, este ser humano criador de justiça, criador de equilíbrio, criador de sentido, porque o sentido não cai do céu! Vocês sabem disso! A gente tem que criar o sentido.
E o professor não é este ser que induz a ir a determinado caminho; é este ser que nos mostra como ser mais consciente do que inconsciente, mais generosos, mais capazes de admirar, de querer bem; sermos mais críticos, mais exigentes. Que nos ensine a querer a democracia de verdade, a democracia do debate claro, a democracia da exposição das ideias, da defesa das ideias, a democracia da verdade pessoal de cada um; a democracia daqueles que tiveram, na sua vida, um patrocinador, um orientador, um homem com dignidade: um professor. Parabéns, professor! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
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(Texto sujeito a alterações, devido à revisão do orador.)
Palestra do Professor José Paulo Bisol durante o período de Comunicações.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Hoje, este período é destinado à palestra do Professor José Paulo Bisol, sobre o tema “O Professor e a Educação”. Convidamos o Sr. José Paulo Bisol para compor a Mesa.
O Sr. José Paulo Bisol está com a palavra para falar sobre o tema: O Professor e a Educação.
O SR. JOSÉ PAULO BISOL: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, autoridades presentes, meus senhores e minhas senhoras, eis-me aqui, com a sensação de um fantasma, como se eu emergisse das sombras, do esquecimento, da marginalidade, e me encontrasse, de repente, até com certa surpresa, perante um microfone, outra vez, a falar.
Não posso deixar, desta vez, de falar, realmente, como um fantasma. Lacan insiste muito na ideia de que, via de regra, as pessoas morrem duas vezes: morrem simbolicamente e morrem ao morrer, morrem ao ir embora, ao desaparecer, ao dissolver-se no infinito. Lacan diz que há uma vida estranha, diferente entre as duas mortes, entre a morte simbólica e a morte chamada assim de real. Ele cita o caso de Napoleão, que, quando esteve na ilha, já estava simbolicamente morto e tentou viver de novo, mas a vida não era mais a mesma coisa. A vida era uma vida de fantasma, o fantasma de Napoleão. Eu sou, sem tristeza nenhuma, afirmo isso, um fantasma. Eu morri simbolicamente. Se vocês não testemunharam isso, foi porque não quiseram testemunhar. Eu fui objeto de destruição explícita, clara. Se vocês não lembram disso é porque não tinha importância, mesmo. Mas a posição de um homem que falava, de um homem que discutia, de um homem que queria escavar e encontrar a verdade, de um homem que sabia que a verdade não se dá com facilidade, de um homem que sabia que não se apanha nunca a verdade inteira, de um homem que sabe que isto não pode esgotar-se jamais - esse esforço para buscar um pouco mais de verdade -, esse homem acabou, a mídia o destruiu. E ele saiu, morreu simbolicamente.
A Sofia, de repente, me telefona e diz: “Nós, os professores, gostaríamos que voltasses a falar.” Quero dizer aos professores que eu só estou aqui, neste momento, porque foram os professores que me convidaram. Para mim, a figura do professor é crucialmente central. Para mim, a figura do professor não é apenas a figura do mestre, daquele que sabe, daquele que transfere o saber. Para mim, a figura do professor é a daquele que faz o ser humano acreditar em si mesmo, ensinar a ser si mesmo, ensinar a ser gente, contribuir com a formação de um ser humano aberto, capaz de ousadias, de aventuras, mas com talento para a fidelidade. Esse professor é o criador da vida, é o criador da relação, ele está ali para fazer emergir a verdade. E a verdade é o desiderato mais difícil do ser humano.
Eu estou acostumado a ouvir e vejo que as pessoas, normalmente, quando falam, falam com a convicção de que estão dizendo a verdade, o que, aliás, é um bom sinal. Mas percebo também que raramente a pessoa se dá conta de que ela não é absoluta. É tão estranho dizer isto, mas o absoluto nos infernaliza a vida, o absoluto nos esmaga, o absoluto nos humilha, o absoluto nos marginaliza. E, nas horas cruciais da existência, os donos da palavra, os donos do absoluto acabam impondo. Um dos absolutos com os quais nós convivemos diariamente é a mídia. Você vive a sua vida particular, com seus ideais, fazendo seus esforços, alimentando suas crenças, tentando ser cada vez mais claro para você mesmo e para os outros, mas, se alguém na mídia resolve dizer algo a seu respeito, verdade ou não verdade - prestem bem atenção -, não há defesa possível! Então, eu ouço, por exemplo, um jornalista - quase que diariamente vocês podem ver isso - ir ao microfone de sua emissora e dizer: “Eu sou imparcial.” Em futebol isso é diário! A pessoa é supergremista ou supercolorada, mas vai lá, aperta um botão e diz: “Eu sou imparcial.” Aperta outro botão: “Bom, volto a ser normal.”
Ultimamente, um conhecido colunista gaúcho foi ao microfone - ele não faz mais esporte, mas iniciou a sua carreira fazendo esporte - e contou, lembrou dos tempos em que ele fazia esporte e, no final, ele disse: “Agora eu posso dizer que sou colorado. Pois, então, eu sou colorado!”
A pergunta que eu faço é a seguinte: quem é que, gostando de esporte, no Rio Grande do Sul, não sabia que ele era colorado? Gente, é possível apertar um botão e, a partir daí, ser imparcial? Mas a pergunta não simplificada é esta: existe metalinguagem? Existe uma linguagem sobre a qual eu me torne capaz de decidir com absoluta neutralidade qualquer coisa? Olha, eu fui juiz, foram trinta anos de existência de juiz, e sempre senti humanamente alguma coisa em relação às causas. Quer dizer, não era a minha razão, havia alguma coisa em meu ser que se inclinava, ab initio, para uma determinada decisão. E eu, para ser imparcial, tinha que fazer a revisão disso, examinar profundamente e buscar a imparcialidade. Ou seja, em cada sentença você tem de conquistar a imparcialidade, simplesmente porque o ser humano é um ser relativo, simplesmente, porque nós somos divididos – e aqui eu volto a Lacan. Desde que Freud trouxe a sua lição para o mundo e nos transferiu os conhecimentos que conquistou, nós sabemos que cada um de nós é um ser que lida conscientemente com as coisas e que lida inconscientemente. Ou seja, o inconsciente existe, não existe? Você, que está me ouvindo, não tem inconsciente? Você tem um controle absoluto sobre o seu inconsciente? Pelo menos, deixem relembrar isso.
A gente nasce completamente sem qualquer consciência. A gente passa os primeiros meses completamente na inconsciência. Nós somos seres radicalmente inconscientes nos primeiros meses de vida. Tanto que os analistas hoje examinam isso. No tempo de Freud, se dizia que o bebê tinha uma relação com a mãe como um ser total. Até que surgiu Abraham e disse que a criança, o infante não tem relação com a mãe, nem com o pai, nem com ninguém. O infante tem relação com partes dos outros: tem relação com o seio, tem relação com a voz, tem relação com o cheiro e com todos esses objetos, que eles chamam de objetos parciais. Mas não tem uma relação com a mãe como um todo, porque não tem, ainda não formou sequer o esboço, sequer o início de sua consciência, isto é, não tem aptidão para apanhar uma totalidade. Não é porque ela é infeliz, não é porque ela é errada, doente; é porque ela é um bebê. Simplesmente é assim. E, quando começávamos a estudar essas questões, víamos que, aos pouquinhos, a criança se desenvolve e fica apta para apanhar o ser integral da mãe, depois, do pai, etc.
Eu estou dizendo tudo isso para insistir numa coisa em que, raramente, nós pensamos: que nós somos, também, inconscientes. Nós não somos só esse ser consciente que imaginamos. Nós somos também, e de uma forma decisiva, um ser inconsciente, com forças que atuam fora de nosso controle.
Então, o bebê, segundo Karl Abraham, vai se fixando em objetos parciais. Tanto que, depois, se consagrou na psicanálise a ideia da evolução da morfologia perversa da criança nos primeiros meses. Ou seja, a criança, o infante, até um ano e pouco, digamos que nos primeiros meses de vida, desenvolve sensibilidades. A expressão que mais me pareceu correta é que ela desenvolve sombras mnésicas. Essas sombras mnésicas de momentos que lhe deram prazer, de momentos que lhe deram conforto, gosto de estar ali, são revividas sempre que elas entram em tensão.
Então, não é verdade, disseram os psicanalistas depois de Abraham, não é verdade que a criança, de repente, amadurece e vê a mãe como um todo, o pai como um todo. A verdade é que ela cria, dentro de si, uma espécie de objeto transcendente. É esquisito dizer isso, porque a versão que estou dando é bem materialista. Mas é uma espécie de objeto transcendente, quer dizer, essas sombras mnésicas que lhe deram prazer, alegria de estar viva, revivem cada vez que ela precisa se sentir melhor. E essas sombras mnésicas vão se desenvolvendo de tal forma que a criança se fixa não nos fatos que geraram os momentos prazerosos que deram razão de ser às sombras mnésicas, ela se fixa no tipo de relação que gerou essas sombras mnésicas. Então, ela vai reproduzir uma forma de relação em cada caso - como angústia, para resolver as suas angústias -, dependendo do prazer que ela está procurando.
Segundo Lacan, nós aí acabamos por formar o que ele chama, estranhamente, de objeto pequeno a, objeto a minúsculo. Por que ele chama assim? Ele chama assim, porque essa dimensão do ser humano, essa dimensão do inconsciente é inacessível do ponto de vista da simbolização, da razão. A razão não alcança, mas ela tem consequências extraordinárias na nossa vida, porque, depois, cada homem vai procurar um certo tipo de mulher, e cada mulher vai procurar um certo tipo de homem que seja apto, por suas particularidades, a provocar essas instâncias mnésicas de prazer. Ou seja, este objeto - objeto no sentido psicanalítico – que está dentro de nós e que não é nós, que vem de fora, que é um sistema de relações que aconteceram num período inconsciente de nossa vida, acaba sendo definitivo para a nossa existência, porque é a partir dele que nós vamos amar, odiar e outras coisas.
Então, eu insisto nesse detalhe - não quero forçar nenhuma interpretação, eu sei que não é fácil para quem não está habituado -, para que nós comecemos a pensar assim: eu sou um ser razoavelmente consciente. E isso é muito bom! Isto é, eu sou um ser capaz de pensar, eu sou um ser capaz de decidir. Tudo isso está certo. Mas até onde você decide? Você está vendo se é verdade o que eu acabo de simplificar? Você está vendo que a sua escolha amorosa está dependendo de um período de existência em que você não tinha a menor consciência? Eu estou simplificando, porque, se eu entrar ainda na questão dos traumas que ocorrem, pelo menos, no período inicial da existência, aí isso fica bem mais complicado. Mas a minha insistência é porque eu estou aqui conversando com os professores. Professor é fantástico, porque não se trata de transferir racionalidade. Transferir racionalidade é muito pouco! Mas muito pouco mesmo! Geralmente, os grandes homens maldosos da história humana foram rigorosamente racionais. E, se vocês leram Sade, vocês sabem que ele não é brincadeira não! Embora não tivesse nem talento para escrever, as verdades que ele desnuda são terríveis, dramáticas, dolorosas.
Então, é sobre isso que eu quero chamar a atenção: é que ninguém é dono de metalinguagem nenhuma. Você é daquelas pessoas que chega em casa e diz: “Aqui está a verdade!”? Ou que tem repentes e diz: “Não quero ouvir mais nada, chega, a verdade é esta!”? Ou, se você vive como se fosse um frequentador da verdade, eu vou dizer sinceramente para você - preparem uma vaia colossal: “Você está enganado! Você está redondamente enganado!”
E eu vou dizer mais. Essa paixão que a gente vê, por exemplo, na mídia brasileira: “Eu dito a verdade!”. É só ligar a televisão que você vê. Você vai, por exemplo, perceber... Eu percebi isso há poucos dias, porque ia haver o Campeonato do Mundo, aí eu resolvi comprar a tal de HD. Agora eu quero devolver a HD, porque eu não estou aí para aguentar as idiotices e as vulgaridades americanas da manhã até a noite. Nós compramos o que há de mais vagabundo nos Estados Unidos, porque os Estados Unidos sabem fazer filmes, só que esses filmes raramente passam ali; eles passam aqueles com água e açúcar, para vulgarizar você, para tornar você bem inconsciente de sua inconsciência. Você liga: “Eu quero ouvir música italiana”. Duvido você achar na tal HD! Bom, eu quero ver um filme com um certo valor artístico; de vez em quando aparece um Marlon Brando ou coisa assim. Mas, normalmente, você liga e você vê só superficialidade. E você fica colonizado. Você! O rei da metalinguagem! O rei da verdade! O desassombrado herói das palavras definitivas! Você engole aquela porcaria diariamente. É colonizado! É orientado a ter sentimentos pequenos! Começa a gostar de coisas insignificantes.
Eu digo: o que é um professor? Um professor, no meu simples entendimento, é aquele que diz assim: “Meu filho, não existe metalinguagem”. “Ah, mas a Bíblia, a Revelação, etc.” Não existe metalinguagem! E você tem que, primeiro, ter a liberdade de crer. Você quer crer em Deus? Assuma a sua liberdade e creia. Você quer crer nesta religião e não naquela? Assuma, creia; é do ser humano, é um direito seu. E nós outros temos que morrer para defender esse direito. Agora, se você é religioso e quer interferir na minha e quer impor a sua crença? Um cretino, é isso. Não há por que escolher as palavras. Você tem o sagrado direito da crença. Você nasce árabe, você tem a crença muçulmana; você aprende que matar uma multiplicidade de pessoas inocentes, crianças, mulheres, trabalhadores, boa gente, em nome de Deus... Você aprendeu isso, sua religião lhe ensinou que, se você matar em nome de Deus, você vai para o paraíso com trinta mulheres - ainda tem esse absurdo no meio -, com trinta mulheres a seu gosto, isto é, mulheres que são ao gosto de cada um é porque são prostitutas, mas é o que oferecem a eles. É duro dizer, não é, gente? É duro dizer isso. “Ah, mas os muçulmanos!” Na Idade Média, a Igreja Católica matou milhares de inocentes na fogueira com a maior frieza, porque eles eram donos da metalinguagem, porque eles não tinham tido bons professores. Os professores não apareceram e disseram: “Meu filho, não existe metalinguagem. Seja mais generoso, você tem direito à crença, creia; você tem direito ao ritual, pratique o ritual; você tem direito a discutir, a defender a sua ideia religiosa; defenda, pratique, estou aí para estimular isso aí!”
No momento em que você quer interferir na minha liberdade de crer, me desculpe, nesse momento você me revela que não é quem quer parecer; nesse momento você me revela que não teve bons professores; nesse momento você me revela que acha que existe metalinguagem e que você é o homem da metalinguagem, que quando você fala tudo é claro, racional. A racionalidade humana é limitada. O eu - para usar uma expressão praticamente fora de moda - é uma série de identificações. Quando você tinha quinze anos você era o eu, esse mesmo eu? Quando você tinha dez, vinte anos, você era o mesmo eu? Não, você fez uma série de identificações; você foi - graças a Deus, aliás - mudando, porque o eu não existe a não ser na imaginação. E o ser humano, para ser sujeito, tem que ingressar numa dimensão realizadora da vida; só viver não faz do ser humano um ser sujeito. Por quê? Porque eu preciso, por exemplo, encontrar uma relação afetiva, amorosa, escolher uma pessoa para viver comigo de uma forma tão correta, tão exigente, porque eu faço uma escolha e, depois, tenho que passar a vida inteira - prestem bem atenção ao que eu estou dizendo, porque eu não vou retirar, e vocês têm o direito de me vaiar -, vocês vão ter que lutar a vida inteira para manter essa relação. Porque vocês vão estar à beira da bofetada, do pontapé, milhares de vezes! E, se vocês não perceberam isso até agora, podem estar certos, não vão perceber mais nada. Ou seja, você tem que reconstruir sua relação afetiva com carinho e devoção, gostar dela para recriá-la dia a dia.
E eu vou dizer outra coisa escandalosa para vocês: nem a relação sexual é completa. Deveria ser, porque é a única relação com o outro em que a gente coloca a materialidade do corpo, além das tendências, inclinações, conscientes e inconscientes. Essa relação seria paradigmática! Seria “a” grande relação humana. Mas todos nós sabemos que ela é incompleta, difícil. Eu vejo aí os galãs, os dom-juans, os conquistadores se glorificarem por suas aventuras. Eu fico olhando: “Que desgraçado, como deve ter sofrido!” É difícil! A relação homem e mulher é difícil! O desencontro é quase que certo. É claro, o desejo acoberta a verdadeira situação.
Então, o que eu estou querendo dizer é que ser professor não é tão simples assim. “Ah, vou te ensinar inglês, matemática. Vou te ensinar a pensar!” Opa! Pensar? Como é que eu estou acostumado a pensar?
O que vale um professor! O que vale um professor de verdade! Vocês podem ouvir um radialista dizer: “Eu sou imparcial, eu tenho a metalinguagem”. Tudo bem! Mas vocês não veem um Hegel dizer isso, vocês não veem um Jacques Maritain, pensador cristão, dizer isso, vocês não veem uma grande pessoa, capaz de trabalhar com a cabeça, afirmar isso. Todos os autores que vocês lerem, que forem bons autores, vão dizer para vocês: “Você é um ser relativo. Nada é completo em você”. Repito: nada é completo em mim e nunca foi, e nada é completo em você. E, se fosse completo, estaria na hora de morrer, não é verdade? Estou completo, estou pronto. Não, você vai ter que lutar até o último dia.
É nesse sentido que eu gostaria de vir aqui e ser capaz de cantar o sentido vibrátil, generoso, criador do status de professor. Professor é isso, é para criar essa coisa difícil que se chama verdade, é para me dizer: “Olha, Bisol, tu gostas muito de ler, mas tu vais ler até a morte e não vais aprender tudo, nem perto de tudo”. E só alcança a verdade por pedaços, como qualquer outro. Nós temos que ser suficientemente comunitários, aprender a nos querer bem, a nos amar, para sabermos isso e nos completarmos, porque, na hora em que surge o excesso de poder, por exemplo, politicamente, vocês podem prestar atenção, detrás desse excesso de poder está um saber mentiroso, um saber falso. Detrás de um Hitler existe uma grande mentira, um grande não saber, e é justamente por esse não saber que a metalinguagem não existe. Os seres humanos seriam muito melhores se não fosse essa pretensão de metalinguagem. Se você não estivesse cercado por pessoas oniscientes, se você não estivesse cercado por pessoas que se acham capazes de tudo, você viveria num mundo melhor. E eu sinto aqui, olhando humildemente para vocês, que vocês sabem do que eu estou falando. Todo mundo sabe, mas, não sei por que, chega lá fora e diz: “O meu credo é o melhor; o meu Deus é o melhor; a minha verdade é a mais verdadeira; os outros são enganados, eu não; e eu estou aí para impor!” E o resultado disso tudo é que a democracia, por exemplo, fica uma coisa tremendamente pobre. Eu vou dizer uma coisa para vocês sem receio nenhum - não vou mencionar lados, porque não é isso que me interessa: essa eleição brasileira é uma vergonha para a nossa democracia. A democracia brasileira está num mau momento! É uma eleição sem respeito recíproco, é uma eleição sem grandeza e é uma eleição que desconforta as pessoas. As pessoas se sentem inconfortáveis com esse tipo de luta, pois o que é que nós queremos com esse tipo de luta, com esse vale-tudo, com esse jogo? Esse é o jogo da subliminalidade. Você liga um aparelho e você sente subliminarmente para quem eles estão trabalhando, e a coisa perde o sentido. O que mais nos falta? É isso o que eu quero dizer para vocês. Antigamente eu falava de uma forma diferente. Eu tinha a minha doutrina, a minha concepção do mundo e a defendia; procurava ser menos crítico, menos amargo. Mas estou fazendo, daqui a alguns dias, 82 anos de idade. Pode ser que eu tenha que curtir no inferno algumas mentiras, mas nenhuma foi cometida hoje neste plenário! Não menti para vocês. Vim aqui para abrir meu coração e dizer que sou um apaixonado pelo Estatuto do Professor, este ser humano criador de justiça, criador de equilíbrio, criador de sentido, porque o sentido não cai do céu! Vocês sabem disso! A gente tem que criar o sentido.
E o professor não é este ser que induz a ir a determinado caminho; é este ser que nos mostra como ser mais consciente do que inconsciente, mais generosos, mais capazes de admirar, de querer bem; sermos mais críticos, mais exigentes. Que nos ensine a querer a democracia de verdade, a democracia do debate claro, a democracia da exposição das ideias, da defesa das ideias, a democracia da verdade pessoal de cada um; a democracia daqueles que tiveram, na sua vida, um patrocinador, um orientador, um homem com dignidade: um professor. Parabéns, professor! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
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domingo, 10 de outubro de 2010
Boas novas para a Educação!
Outubros são sempre simbólicos. Com a Primavera, as cores, os perfumes o tempo ameno, as crianças e os professores são festejados. Meses de esperança e de novos propósitos, de desejos de mudança. Pois nem a infância está protegida, nem os professores valorizados como queremos e precisamos!
Na era conhecimento, da inovação, da velocidade, a educação segue no giz, no pó, na sala de lata, empobrecida nas condições físicas, nos salários, no currículo. Pede-se aos trabalhadores em educação que sejam homens e mulheres de boa vontade, aos pais compreensão quando se fecham bibliotecas para atender alunos sem aula, aos estudantes conformidade se não abre a sala de informática ou sequer existe... Trivializou-se tanto estas condições que o espanto e a indignação, quando expressos em mobilizações de trabalhadores ou de estudantes, são muitas vezes repudiadas pela sociedade!
A educação é exemplar da afirmação de Boaventura Souza Santos: tempos de mudanças vertiginosas e estagnação. Nunca tantas condições técnicas para superar desigualdade, miséria, violência, mas tão poucas condições políticas. O novo apartheid global que se estrutura, a retirada de direitos, a banalização da vida, o agravamento dos desequilíbrios ecológicos estão embaixo da capa da democracia sem condições democráticas, afirma ele. Embaixo do discurso da prioridade, a educação é miserabilizada. Quando o povo chega na escola, ela empobrece, superficializa, estagniza.
Mas Outubros também são para o Brasil e para a Educação momentos de importantes escolhas! O povo brasileiro, apesar dos limites do sistema político, vai aprimorando sua avaliação buscando projetos, seriedade e compromissos.
Estão de parabéns os professores e estudantes. As comemorações deste Outubro vão celebrar a esperança advinda das escolhas e vão anunciar Primaveras mais fecundas ainda!
Sofia Cavedon – Vereadora do PT/PoA
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Na era conhecimento, da inovação, da velocidade, a educação segue no giz, no pó, na sala de lata, empobrecida nas condições físicas, nos salários, no currículo. Pede-se aos trabalhadores em educação que sejam homens e mulheres de boa vontade, aos pais compreensão quando se fecham bibliotecas para atender alunos sem aula, aos estudantes conformidade se não abre a sala de informática ou sequer existe... Trivializou-se tanto estas condições que o espanto e a indignação, quando expressos em mobilizações de trabalhadores ou de estudantes, são muitas vezes repudiadas pela sociedade!
A educação é exemplar da afirmação de Boaventura Souza Santos: tempos de mudanças vertiginosas e estagnação. Nunca tantas condições técnicas para superar desigualdade, miséria, violência, mas tão poucas condições políticas. O novo apartheid global que se estrutura, a retirada de direitos, a banalização da vida, o agravamento dos desequilíbrios ecológicos estão embaixo da capa da democracia sem condições democráticas, afirma ele. Embaixo do discurso da prioridade, a educação é miserabilizada. Quando o povo chega na escola, ela empobrece, superficializa, estagniza.
Mas Outubros também são para o Brasil e para a Educação momentos de importantes escolhas! O povo brasileiro, apesar dos limites do sistema político, vai aprimorando sua avaliação buscando projetos, seriedade e compromissos.
Estão de parabéns os professores e estudantes. As comemorações deste Outubro vão celebrar a esperança advinda das escolhas e vão anunciar Primaveras mais fecundas ainda!
Sofia Cavedon – Vereadora do PT/PoA
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quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Primaveras mais fecundas...
Aos professores, Outubros melhores,
Primaveras mais fecundas...
Outubros são sempre simbólicos. Com
a Primavera, as cores, os perfumes o tempo ameno, as crianças e os professores
são festejados. Meses de esperança e de novos propósitos, de desejos de
mudança. Pois nem a infância está protegida, nem os professores valorizados
como queremos e precisamos!
Na era do conhecimento, da inovação,
da velocidade, a educação segue no giz, no pó, na sala de lata, empobrecida nas
condições físicas, nos salários, no currículo. Pede-se aos trabalhadores em
educação que sejam homens e mulheres de boa vontade, aos pais compreensão
quando se fecham bibliotecas para atender alunos sem aula, aos estudantes
conformidade se não abre a sala de informática ou sequer existe...
Trivializou-se tanto estas condições que o espanto e a indignação, quando expressos em mobilizações de
trabalhadores ou de estudantes são, muitas vezes, repudiadas pela sociedade!
A educação é exemplar da afirmação
de Boaventura Souza Santos: tempos de mudanças vertiginosas e estagnação. Nunca
tantas condições técnicas para superar desigualdade, miséria, violência, mas
tão poucas condições políticas. O novo apartheid global que se estrutura, a retirada
de direitos, a banalização da vida, o agravamento dos desequilíbrios ecológicos
estão embaixo da capa da democracia sem condições democráticas, afirma ele.
Embaixo do discurso da prioridade, a educação é miserabilizada. Quando o povo
chega na escola, ela empobrece, superficializa, estagniza.
Mas Outubros também são para o
Brasil e para a Educação momentos de importantes escolhas! O povo brasileiro,
apesar dos limites do sistema político, vai aprimorando sua avaliação buscando
projetos, seriedade e compromissos.
O Rio Grande escolheu um programa
que afirma que uma educação democrática, de qualidade e para todos, é
possível! É anúncio e compromisso com novos tempos para a
Educação: de investimento e diálogo, de ampliação e qualidade.
Estão de parabéns os professores e
estudantes. As comemorações deste Outubros vão celebrar a esperança advinda das
escolhas e vão anunciar Primaveras mais fecundas ainda!
Sofia Cavedon – Vereadora
Porto Alegre, 07 de outubro de 2010.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Comunidade pede permanência do Lar Fabiano na Glória
Para Cézar Busatto, titular da Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança Local, o trabalho da instituição é exemplar, e a avaliação do governo tem sido de reconhecer isso. Ele ressaltou que a prefeitura as decisões do Lar Fabiano, mas que preocupa a situação das crianças hoje atendidas na região da Glória. “Temos que preparar nossas redes de proteção e o remanejamento de atendimentos a jovens e idosos”, avaliou. Busatto disse que a prefeitura de Porto Alegre está à disposição para qualquer possibilidade para que o Lar possa reconsiderar sua decisão. “Gostaríamos de ver alguma forma para contornar esta situação. Não nos cabe impedir, mas como se tratam de questões que envolvem vidas e famílias, nos atrevemos de colocar à mesa a possibilidade de entendimento e negociação”, finalizou.
Apelos
Além do apelo do Executivo e da comunidade para a permanência do Lar na região da Glória, a vereadora Juliana Brizola lamentou o ocorrido por ser uma situação que envolve crianças. Segundo ela, a Cece pedirá à direção da instituição que repense a decisão de sair do bairro. “Por melhor que seja o trabalho da instituição, ele não pode ser desmantelado, por mais que seja transferido para uma outra região”. Juliana questionou como serão atendidas estas crianças numa época de importante prevenção do crack, por exemplo. “Que a coordenadora leve este apelo. Quem perde não é a comunidade, mas a cidade no geral, por se refletir em toda a cidade. Não é justo com aquela comunidade”, salientou.
Norma Carvalho disse ficar sensibilizada com os apelos e que repassará para a direção as reivindicações dos organismos, mas não quis deixar nenhuma expectativa quanto à decisão que já está tomada. “Entendemos o quadro, mas evidentemente podemos pensar em alguma ação”, afirmou. Ela aproveitou para elogiar o governo municipal pela preocupação e atenção às crianças. “Porto Alegre é um exemplo a ser seguido nestas questões administrativas com a criança”.
O Lar Fabiano de Cristo tem representação nacional e existem unidades na região Sul, e que na Capital opera há 41 anos. Disse, também, que não é objetivo do Lar encerrar as atividades, mas atender comunidades de extrema pobreza. “Vimos os avanços e conquistas da comunidade (do bairro Glória) em que o Lar está inserido”, disse ao justificar a troca de local. Ela ressaltou que é importante a instituição permanecer aonde não há investimentos públicos.
Também estiveram presentes e expuseram os problemas com a migração do Lar Fabiano para outra região representantes da Fundação de Assitência Social e Cidadania (Fasc) e Secretaria Municipal de Educação (Smed), responsáveis por convênios com o Lar Fabiano de Cristo. A audiência foi presidida pela vereadora Juliana Brizola (PDT) e contou também com a presenaça do vereador Tarciso Flecha Negra (PDT).
Fonte: Assessoria de Imprensa da CMPA.
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Apelos
Além do apelo do Executivo e da comunidade para a permanência do Lar na região da Glória, a vereadora Juliana Brizola lamentou o ocorrido por ser uma situação que envolve crianças. Segundo ela, a Cece pedirá à direção da instituição que repense a decisão de sair do bairro. “Por melhor que seja o trabalho da instituição, ele não pode ser desmantelado, por mais que seja transferido para uma outra região”. Juliana questionou como serão atendidas estas crianças numa época de importante prevenção do crack, por exemplo. “Que a coordenadora leve este apelo. Quem perde não é a comunidade, mas a cidade no geral, por se refletir em toda a cidade. Não é justo com aquela comunidade”, salientou.
Norma Carvalho disse ficar sensibilizada com os apelos e que repassará para a direção as reivindicações dos organismos, mas não quis deixar nenhuma expectativa quanto à decisão que já está tomada. “Entendemos o quadro, mas evidentemente podemos pensar em alguma ação”, afirmou. Ela aproveitou para elogiar o governo municipal pela preocupação e atenção às crianças. “Porto Alegre é um exemplo a ser seguido nestas questões administrativas com a criança”.
O Lar Fabiano de Cristo tem representação nacional e existem unidades na região Sul, e que na Capital opera há 41 anos. Disse, também, que não é objetivo do Lar encerrar as atividades, mas atender comunidades de extrema pobreza. “Vimos os avanços e conquistas da comunidade (do bairro Glória) em que o Lar está inserido”, disse ao justificar a troca de local. Ela ressaltou que é importante a instituição permanecer aonde não há investimentos públicos.
Também estiveram presentes e expuseram os problemas com a migração do Lar Fabiano para outra região representantes da Fundação de Assitência Social e Cidadania (Fasc) e Secretaria Municipal de Educação (Smed), responsáveis por convênios com o Lar Fabiano de Cristo. A audiência foi presidida pela vereadora Juliana Brizola (PDT) e contou também com a presenaça do vereador Tarciso Flecha Negra (PDT).
Fonte: Assessoria de Imprensa da CMPA.
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Comenda Porto do Sol à jornalista Maria José Vasconcelos de Souza
PROJETO DE RESOLUÇÃO
Concede a Comenda Porto do Sol à jornalista Maria José Vasconcelos de Souza, editora de ensino da Empresa Jornalística Caldas Júnior Ltda. – Correio do Povo.
Art. 1º Fica concedida a Comenda Porto do Sol à jornalista Maria José Vasconcelos de Souza, editora de ensino da Empresa Jornalística Caldas Júnior Ltda. – Correio do Povo –, nos termos da Resolução nº 2.083, de 7 de novembro de 2007, e alterações posteriores.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
Os 115 anos do Correio do Povo, a serem comemorados em 1º de outubro próximo, revelam parte da história internacional, nacional e local por meio de fatos jornalísticos registrados durante mais de um século. Nas páginas do Jornal, política, economia, cultura, esporte e o cotidiano da população retratam valores, costumes, pensamentos e relações que se modificam, caracterizando diferentes épocas.
Na área educacional, o jornalismo do Correio do Povo permite resgatar trajetória de ações e desafios, oferecendo maior visão e entendimento do atual cenário. Nas páginas, escritas a partir de 1895, as notícias de educação e cultura se mesclavam, fazendo com que esses assuntos fossem organizados juntos. Por volta de 1920, o Correio do Povo passa a reunir os temas educacionais, dividindo-os e os divulgando sob o título de exames ou notas de ensino, que, mais tarde, viriam a formatar melhor a editoria própria, intitulada casas de ensino. Nessa seção, passam a ser assim agregados informes escolares, atividades acadêmicas e da esfera cultural e das letras. Crônicas, colaborações em verso e prosa, notas, matérias e até publicidade (que anunciavam, por exemplo, vagas em internatos e externatos para meninas e senhoritas, estudos em colégios religiosos e datas de início de aulas) revelam esse tempo, em que escritores e colaboradores, como Mario Quintana e Erico Verissimo, ocupavam também esse espaço caracterizado por um jornalismo ainda bastante opinativo.
As grandes páginas do Correio do Povo, diariamente escritas em formato standart, mantiveram a edição do setor educativo-cultural no espaço de casas de ensino até o fechamento do Jornal, em 16 de junho de 1984. Ao ser reaberto, em maio de 1986, voltou a circular a partir de 31 de agosto. Mas foi a partir de 26 de maio de 1987 que o jornal teve seu projeto gráfico modernizado, passando a ter formato tabloide e a dar trato mais objetivo às notícias, caracterizando-se como veículo informativo enxuto, de ágil leitura e econômica aquisição.
Na educação, as matérias do setor passaram então a ser realizadas pela equipe de reportagem da Editoria Geral, se misturando às notícias da Cidade. A importância e a demanda de assuntos educacionais, aliadas à vontade de dar um trato mais específico a essa área, criaram condições para que, a partir de 1998, começassem a ser produzidas e reunidas numa só página as matérias de ensino. O crescente sucesso dessa iniciativa foi consolidando a página de ensino, que, em 2001, obtém cartola em página diária própria no Jornal.
Grande parte dessa história de valorização e investimento na educação pelo Correio do Povo deve-se à jornalista Maria José, que criou a Editoria de Ensino, onde atua desde 1998, então junto com a Editoria Geral (até 2001).
Maria José Vasconcelos formou-se em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica – PUCRS – em 1990, quando entrou no jornal Correio do Povo, atuando como redatora, repórter, sub-editora, editora e chefia da Central do Interior.
Sua dedicação à educação advém da sua qualificada formação por meio de atividades no magistério, cursos de extensão na área didático-pedagógica, graduação em Pedagogia, especialização pautas próprias, repórteres mais regulares para tratarem dessa área – como o trabalho qualificado das jornalistas Ema Reginatto Belmonte e Vera Nunes – e acompanhamento diário de uma editora específica, a Editoria de Ensino passa a buscar, a partir de 2009, a construção de maior autonomia, com a formação de equipe de repórteres, redator e subeditor, para se agregarem ao esforço da Editora de Ensino, em empenho que ainda não se concretizou.
Assim, nesses dez anos de diária cobertura jornalística do setor educacional, a Editoria de Ensino se lança a novos desafios da modernidade, buscando fortemente imprimir um trabalho com agilidade, competência, seriedade, respeito, sensibilidade, compromisso social e qualidade, mostrando, no dia a dia, que educação, de fato, precisa integrar com importância a pauta da sociedade.
A página de ensino do Correio do Povo é, sem dúvida, leitura diária obrigatória de milhares de pessoas que nela acompanham a evolução da educação no Estado e no País e que buscam possibilidades de formação, de emprego e aprofundamento na área. Se, por um lado escolas, professores, alunos, entidades educacionais acompanham aí suas lutas, reivindicações, protestos, realizações, por outro, os gestores contam com importante instrumento de divulgação de suas propostas e ações e dos resultados obtidos, além de obter informações de como essas estão sendo recebidas, de outras iniciativas que estão sendo realizadas e dos problemas que os sistemas educacionais têm a enfrentar.
A página do ensino do Correio do Povo, com certeza, além de contar a história, faz história, e sempre no sentido da ampliação e da qualificação da educação.
Por tudo isso, conto com o apoio de meus pares para a aprovação desta homenagem, que reconhece a importância e que também pretende fortalecer a necessidade de uma editoria específica sobre a educação.
Sala das Sessões, 13 de setembro de 2010.
VEREADORA SOFIA CAVEDON
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Concede a Comenda Porto do Sol à jornalista Maria José Vasconcelos de Souza, editora de ensino da Empresa Jornalística Caldas Júnior Ltda. – Correio do Povo.
Art. 1º Fica concedida a Comenda Porto do Sol à jornalista Maria José Vasconcelos de Souza, editora de ensino da Empresa Jornalística Caldas Júnior Ltda. – Correio do Povo –, nos termos da Resolução nº 2.083, de 7 de novembro de 2007, e alterações posteriores.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
Os 115 anos do Correio do Povo, a serem comemorados em 1º de outubro próximo, revelam parte da história internacional, nacional e local por meio de fatos jornalísticos registrados durante mais de um século. Nas páginas do Jornal, política, economia, cultura, esporte e o cotidiano da população retratam valores, costumes, pensamentos e relações que se modificam, caracterizando diferentes épocas.
Na área educacional, o jornalismo do Correio do Povo permite resgatar trajetória de ações e desafios, oferecendo maior visão e entendimento do atual cenário. Nas páginas, escritas a partir de 1895, as notícias de educação e cultura se mesclavam, fazendo com que esses assuntos fossem organizados juntos. Por volta de 1920, o Correio do Povo passa a reunir os temas educacionais, dividindo-os e os divulgando sob o título de exames ou notas de ensino, que, mais tarde, viriam a formatar melhor a editoria própria, intitulada casas de ensino. Nessa seção, passam a ser assim agregados informes escolares, atividades acadêmicas e da esfera cultural e das letras. Crônicas, colaborações em verso e prosa, notas, matérias e até publicidade (que anunciavam, por exemplo, vagas em internatos e externatos para meninas e senhoritas, estudos em colégios religiosos e datas de início de aulas) revelam esse tempo, em que escritores e colaboradores, como Mario Quintana e Erico Verissimo, ocupavam também esse espaço caracterizado por um jornalismo ainda bastante opinativo.
As grandes páginas do Correio do Povo, diariamente escritas em formato standart, mantiveram a edição do setor educativo-cultural no espaço de casas de ensino até o fechamento do Jornal, em 16 de junho de 1984. Ao ser reaberto, em maio de 1986, voltou a circular a partir de 31 de agosto. Mas foi a partir de 26 de maio de 1987 que o jornal teve seu projeto gráfico modernizado, passando a ter formato tabloide e a dar trato mais objetivo às notícias, caracterizando-se como veículo informativo enxuto, de ágil leitura e econômica aquisição.
Na educação, as matérias do setor passaram então a ser realizadas pela equipe de reportagem da Editoria Geral, se misturando às notícias da Cidade. A importância e a demanda de assuntos educacionais, aliadas à vontade de dar um trato mais específico a essa área, criaram condições para que, a partir de 1998, começassem a ser produzidas e reunidas numa só página as matérias de ensino. O crescente sucesso dessa iniciativa foi consolidando a página de ensino, que, em 2001, obtém cartola em página diária própria no Jornal.
Grande parte dessa história de valorização e investimento na educação pelo Correio do Povo deve-se à jornalista Maria José, que criou a Editoria de Ensino, onde atua desde 1998, então junto com a Editoria Geral (até 2001).
Maria José Vasconcelos formou-se em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica – PUCRS – em 1990, quando entrou no jornal Correio do Povo, atuando como redatora, repórter, sub-editora, editora e chefia da Central do Interior.
Sua dedicação à educação advém da sua qualificada formação por meio de atividades no magistério, cursos de extensão na área didático-pedagógica, graduação em Pedagogia, especialização pautas próprias, repórteres mais regulares para tratarem dessa área – como o trabalho qualificado das jornalistas Ema Reginatto Belmonte e Vera Nunes – e acompanhamento diário de uma editora específica, a Editoria de Ensino passa a buscar, a partir de 2009, a construção de maior autonomia, com a formação de equipe de repórteres, redator e subeditor, para se agregarem ao esforço da Editora de Ensino, em empenho que ainda não se concretizou.
Assim, nesses dez anos de diária cobertura jornalística do setor educacional, a Editoria de Ensino se lança a novos desafios da modernidade, buscando fortemente imprimir um trabalho com agilidade, competência, seriedade, respeito, sensibilidade, compromisso social e qualidade, mostrando, no dia a dia, que educação, de fato, precisa integrar com importância a pauta da sociedade.
A página de ensino do Correio do Povo é, sem dúvida, leitura diária obrigatória de milhares de pessoas que nela acompanham a evolução da educação no Estado e no País e que buscam possibilidades de formação, de emprego e aprofundamento na área. Se, por um lado escolas, professores, alunos, entidades educacionais acompanham aí suas lutas, reivindicações, protestos, realizações, por outro, os gestores contam com importante instrumento de divulgação de suas propostas e ações e dos resultados obtidos, além de obter informações de como essas estão sendo recebidas, de outras iniciativas que estão sendo realizadas e dos problemas que os sistemas educacionais têm a enfrentar.
A página do ensino do Correio do Povo, com certeza, além de contar a história, faz história, e sempre no sentido da ampliação e da qualificação da educação.
Por tudo isso, conto com o apoio de meus pares para a aprovação desta homenagem, que reconhece a importância e que também pretende fortalecer a necessidade de uma editoria específica sobre a educação.
Sala das Sessões, 13 de setembro de 2010.
VEREADORA SOFIA CAVEDON
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