1. O último Diretório Municipal do PT de Porto Alegre, reunido
em 5 de outubro, expressou mais do que sua posição sobre o 2º Turno das
eleições na cidade. As falas de nossa militância convergiram em uma necessidade
imediata: para resistir ao Golpe, ampliar a mobilização para preservar nossos
direitos e lutar pela democracia, é preciso resgatar o PT;
2. Não existe um caminho previamente traçado para esta jornada,
que deve ser trilhada coletivamente. O cerco e a perseguição imposta ao Partido
e a seus quadros exige de nós muito debate político, diálogos horizontais pela
base, capacidade de autocrítica para projetar o futuro e um olhar para fora, em
contato com a sociedade;
3. Neste sentido, o PT de Porto Alegre se soma ao Diretório
Estadual do PT/RS que aprovou um manifesto claro: “o Partido precisa debater o
que fazer e escolher uma nova direção. Precisamos realizar imediatamente um
congresso partidário. Um congresso que tenha início nas bases, no encontro de
nossa militância consigo mesma. Um congresso que discuta como recuperar o apoio
do PT na classe trabalhadora brasileira, razão de nossa existência como
organização e partido político. É preciso debater como reatar os laços com a classe
trabalhadora, através de respostas políticas e organizativas. Com conteúdo e
com programa. Com ação prática reconectando o partido com a voz das ruas e dos
movimentos sociais na luta por direitos duramente conquistados. Não basta
trocar os dirigentes, é preciso debater a linha política da direção. Por isto é
um erro querer primeiro eleger a direção no PED e depois fazer o Congresso. Por
isto é um equívoco trocar o debate pelo voto em urna. A realização de mais um
PED não é suficiente. Defendemos a renovação da direção em todos os níveis, a
começar pela necessária renovação da direção nacional do PT. Mas quem deve
decidir como renovar a direção é um Congresso plenipotenciário do Partido”.
Para o ato político de divulgação deste manifesto, dia 27 próximo, o PT Porto
Alegre convoca, desde já, sua militância;
4. Na opinião da Executiva de Porto Alegre, não existem
condições para a realização de eleições no PT sem a precedência de profundo
debate político, numa instância congressual. Se o Diretório Nacional dos dias 9
e 10 de novembro decidir por esse caminho, da recusa ao debate pleno com a
militância partidária, sucumbirá ao tradicionalismo político que o PT nasceu
para contestar e corre o risco de perder o nosso reconhecimento enquanto
instância dirigente;
5. Como acreditamos em um Partido construído pela base,
começaremos desde já o debate sobre o PT que queremos, durante o mês de
novembro, com um conjunto de reuniões pelas Zonais, Secretarias, Núcleos e
Setoriais, a ser organizado pela SORG e divulgado ainda durante o mês de
outubro. Será um amplo debate para acolher as aspirações de nossa base social;
6. Finalmente, o resultado da eleição em Porto Alegre nos impõe
a necessidade de avançar na organização partidária, na relação entre partido e
bancada, e no entrelaçamento com nossa base social. Assim, realizaremos, na
primeira quinzena de dezembro, um Seminário de Planejamento coletivo envolvendo
esta Executiva, mandatos de vereadores e vereadora, mandatos de deputados
estaduais e federais com domicílio em Porto Alegre, além dos principais
sindicatos e entidades do movimento popular. A organização ficará sob
responsabilidade da Executiva e da Liderança da Bancada Municipal.
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