017ª SESSÃO ORDINÁRIA – 13MAR2014
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sra. Presidente, Ver.ª Any Ortiz; prezadas Vereadoras Mônica, Lourdes e Jussara; queridas palestrantes, Emília – que já se foi –, Ceniriani e Eliane Silveira. Acho que o painel que as três traçaram aqui, de forma muito rápida, traduzem a maturidade do debate da luta das mulheres, que compreenderam qual é a estrutura que sustenta um país ainda profundamente machista, que sustenta um sistema hegemônico, meritocrático, capitalista que incorporou e transformou em mercadoria as condições mais específicas, exclusivas das mulheres que foram para um mundo público e que viram ali uma oportunidade de realização profissional e que muitas vezes não percebem essa exploração, essa redução com essa forma sutil, com essa forma sofisticada de continuar transformando-as em objeto, portanto reforçando a possibilidade da violência simbólica e física dos homens em relação às mulheres.
Essa percepção, essa maturidade têm incorporado os movimentos sociais; é uma maturidade em que a gente percebe que a luta das mulheres se une à luta dos movimentos sociais. E nós sabemos que a reforma política é a mãe, é a porta de entrada que possibilitará, talvez, a democratização da mídia, Eliane, e que ela é central, mas sem os mandatos libertos do poder econômico, não será a mídia liberta do poder econômico. Todos eles, os mandatos parlamentares, portanto, infelizmente, majoritariamente, a representação política deste País que concentra renda, concentra riqueza, impede o ingresso das mulheres na decisão política das mulheres e de todas as outras minorias e, portanto, da pauta das mulheres. E a luta das mulheres engajadas no fórum estadual pela reforma política é uma luta que encontrou sentido e força para transformar a vida das mulheres.
E eu queria dizer para a Ceniriani que a gente quer aqui também celebrar a ocupação Sarai. Sabemos que as gurias estão lá, hoje, na homenagem simbólica, na Assembleia Legislativa, e toda a pauta colocada por ela aqui é uma pauta do cotidiano do debate desta Casa; a pauta da reforma urbana, em primeiro lugar, atinge e penaliza as mulheres. Com isso, eu quero homenagear aqui as mulheres homenageadas pelas demais Vereadoras - eu não tenho os nomes aqui, me desculpem. E quero, então, dizer que, quando nós lutamos pela democratização da mídia, quando nós lutamos pela reforma política, quando nós lutamos pela reforma urbana, nós estamos sendo profundamente feministas.
E a minha homenagem vai para pessoas que não estão presentes aqui. Peço ao nosso colega que coloque as imagens no painel, porque eu queria colocar a cultura e a educação – tão importantes quanto essas reformas; cultura e educação de qualidade, transformadoras e acessíveis a todos – como duas políticas públicas estratégicas da emancipação das mulheres. (Projeção de imagens.) E minha homenagem vai para as mais de 400 monitoras que, agora, nesses três dias, estiveram em três momentos, pelo menos, em grande número nesta Casa; monitoras que atuam com a educação infantil com uma das pautas centrais das mulheres, que é a necessidade da educação infantil, da creche para atendimento de seus filhos; monitoras que recebem muito pouco, pouco mais de mil reais, que lutam há 20 anos pela valorização da carreira e que tinham conquistado minimamente a mudança de padrão, e, lamentavelmente, esta Casa não conseguiu segurar o Veto do Sr. Prefeito, derrubar o Veto do Sr. Prefeito, homenageando essas mulheres. Então, eu não via sentido de homenagear qualquer outra mulher hoje que não fosse essas bravas guerreiras monitoras. Aqui temos várias cenas – se puderes ir passando – que mostram todo o dia a face cruel da exploração do trabalho da mulher. Os homens, quando vieram aqui, sejam os engenheiros com o movimento dos capacetes, sejam os procuradores, sejam os fiscais de Fazenda, o DMAE, a Guarda, majoritariamente homens, Eliane e gurias, todos conquistaram alguma melhoria salarial, alguma recolocação depois de muita luta. As mulheres, quando vieram aqui em massa, quando foram ao Prefeito em massa, levaram majoritariamente um “não”. Eu fiquei muito triste ontem.
A minha homenagem às mulheres é às monitoras da educação infantil do Município de Porto Alegre. Quiçá a gente tenha para um 8 de março para elas muito mais feliz no ano que vem. Agora, elas sabem, e sabem mais ainda, porque viveram três das neste Parlamento, que a reforma política, gurias, é que vai valorizar a educação, a cultura e a saúde, que é onde majoritariamente as mulheres atuam.
Portanto, toda a força para as reformas, para este País aprofundar o belo caminho que já vem trilhando na mão de uma gloriosa, valorosa mulher, Dilma Rousseff, que enfrentou a ditadura, construiu a democracia e que não aceita esta democracia apropriada pelo capitalismo e pelo poder econômico e que vai ser líder da reforma política, e, com essa reforma, a reforma urbana e a reforma da comunicação. Parabéns mulheres! (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
Retornar ao Blog Sofia Cavedon.
Nenhum comentário:
Postar um comentário