quinta-feira, 1 de julho de 2010

Fórum anuncia a Semana da Inclusão Escolar

Construção de estratégias de Cidadania

Segundo a procuradora Márcia Medeiros Farias, que atua no Núcleo de Combate à Discriminação, a situação de discriminação poderia diminuir se o enfoque da educação fosse mais inclusivo. Ela relatou que hoje muitos avanços foram conquistados na inserção de pessoas com deficiência nas empresas. “A postura das empresas mudou bastante. Antes eram constantes os ingressos jurídicos, a realização de testes padronizadores. Mas após a alteração do decreto que instituía os testes, hoje a grande maioria entendeu o que é inclusão e não, simplesmente, preencher a cota para cumprir a lei”.

Márcia também focou a questão do builing, que segundo ela, na idade adulta passa a ser assédio moral. Para a Procuradora a promoção do Ciclo de Debates abordando a Inclusão Escolar, é fundamental para a futura inserção no mundo do trabalho das pessoas com deficiência.

A psicopedagoga da Apae, Neusa Machado Salaberry, fez uma reflexão sobre o que é cidadania, fundamentando seu pensamento na Declaração dos Direitos Humanos. “A Declaração dos direitos humanos aprovada pela ONU, em 1948, foi um fator importante nas relações entre os países e esses com seus concidadãos, entretanto em relação às Pessoas com Deficiência, com o decorrer do tempo, foi constatado que precisava de uma convenção específica, pela mudança de concepção em relação à Pessoa Deficiente na sociedade. Foi o que aconteceu em 2007, quando a ONU, reconhece e garante os direitos das pessoas com deficiência, e proíbe a discriminação em todos os aspectos da vida, oportunizando o acesso à educação, saúde, trabalho justiça e ao transporte, lazer, cultura, através da Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência”.

Neusa concluiu fazendo a reflexão: A educação que temos é inclusiva? Segundo o censo de 2008, setenta mil crianças no Brasil, foram reprovadas no primeiro ano de sua escolaridade no Ensino Fundamental; das mais de 340 mil crianças e adolescentes com deficiência no país - na faixa etária de zero a 18 anos e que recebem o Benefício da Prestação Continuada do Governo Federal, 240 mil estão fora das escolas, considerando que aproximadamente 50% dos municípios até essa data não aderiram ao Programa. As pessoas que vivem numa condição social e econômica vulnerável entram nas escolas em situação de desvantagem, pela linguagem que é utilizada em nossas escolas, cujo currículo não é necessariamente aquele que mais atende aos interesses e as curiosidades de todos os alunos, finalizou ela.

O Ciclos de Debates: Inclusão Escolar é realizado desde 2008 e, conforme a coordenação do Fórum, os debates visam qualificar a inclusão escolar de alunos com necessidades educativas especiais. Já foram abordados os temas Práticas & Teorias (2008) e as Interfaces Necessárias (2009).

Os próximos Encontros serão:
25/08
– Estratégias de Aprendizagem
15/09 – Estratégias de Currículo
20/10 – Estratégias de Convivência
Sempre às 19h, no Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre (Av. Loureiro da Silva, 255).

Iniciativa
O Fórum pela Inclusão Escolar e os Ciclos de Debates são iniciativas de um grupo de trabalho formado por representantes das escolas especiais do município, da Sala de Integração e Recursos (SIR), da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre, da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa), Prefeitura Municipal de Porto Alegre e gabinete da vereadora Sofia Cavedon.

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