SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; agradeço a V. Exa. por me ter cedido seu tempo, acho que é importante que este espaço seja utilizado aqui, já que nós estamos em permanente contato com as pessoas na periferia da Cidade e me parece importante que possamos, aqui, repercutir as questões que a Cidade nos levanta. Tenho procurado encaminhar, apesar de que este período é difícil para a Prefeitura de Porto Alegre, mas há uma importante reivindicação dos moradores da periferia da Cidade no que diz respeito a serviços mais continuados, de obras e de manutenção principalmente das redes de esgoto pluvial e cloacal. Nós inclusive chegamos lá e as pessoas nos dizem: “Ah, nós fomos abandonados por vocês.” Aí, levamos, todos nós, a responsabilidade.
Quero chamar a atenção que serviço de limpeza urbana, serviço de esgoto e limpeza de boca de lobo tem que ser uma ação permanente da Prefeitura e tem que ser uma presença forte e continuada da Prefeitura de Porto Alegre. Nós estamos encaminhando para a SMOV pedidos de manutenção de rua, patrola. Recebi hoje de manhã uma solicitação das educadoras de uma escola infantil da Vila Amazônia, na Zona Norte, porque com uma pequena chuva as educadoras chegam na creche embarradas até os joelhos, porque as vias ali precisam de saibro, precisam de pavimentação e sabemos como é complicado que os políticos resolvam isso em época de eleição. Não queremos misturar isso. Eu tenho formalizado pedidos à Prefeitura para que ela atue, independente da nossa presença ou não. Eu considero sempre o momento da cidadania, não o momento da eleição.
Infelizmente, o nosso sistema político não valoriza o voto do eleitor individual, porque é um sistema muito influenciado pelo poder econômico. Na última eleição, foram R$ 4 bilhões de investimentos privados em candidaturas, que mostram a força desigual do poder econômico sobre o voto em relação à pessoa individualmente; em especial as pessoas que estão nos lugares mais empobrecidos. Por mais que haja uma distorção importante, eu quero chamar a atenção no sentido de que a nossa passagem por todos os cantos da Cidade no período eleitoral, longe de ser aquele senso comum de dizerem “vocês só vem aqui na hora da eleição”, é um momento importante de reconhecimento do estado das coisas. Então chama a atenção que manutenção de vias, de vielas, expansão de asfalto com saneamento seja perto do zero, lamentavelmente, na periferia da cidade. A troca da Prefeitura no Orçamento Participativo de um para de dois em dois anos, leva para mais longe a possibilidade de solução dos problemas. Eu acompanhava uma rua, e eu quero dizer para os senhores que eu jamais prometo nada porque eu sei que não se faz, e não faço, e tenho encaminhado para as reuniões do Orçamento Participativo, Ver. Nedel, inclusive, estou me informando sobre quando será a reunião do Partenon para várias situações de rua. As pessoas estão se organizando e vão para a plenária do OP.
Só que as plenárias do OP neste ano começam agora, depois das eleições, então é um processo de dois anos. Imaginem quando chegará a melhoria do saneamento àquelas comunidades? Eu quero sugerir que a Prefeitura de Porto Alegre organize projeto de grupos de ruas para retomada do asfalto com a colocação do esgotamento sanitário na periferia da Cidade. Teve uma desaceleração disso muito forte, o que penaliza as famílias. E eu tenho certeza de que os PACs 1, 2, e agora vem o PAC 5, têm como acolher projetos coletivos, projetos de várias ruas, e eu espero que a Prefeitura use desse artifício, desse canal importante que o Governo Federal oferece para retomar, Ver. Nedel, e é sério, o asfalto na periferia da cidade de Porto Alegre. E quero aqui fazer conjuntamente.
APARTE: João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora, a senhora está falando que é importante retomar e tal, mas a senhora votou contra o financiamento, que era justamente para investir na nossa Cidade. Eu lamento que V. Exa. tenha feito isso, votar contra a cidade que precisa de um financiamento para o seu desenvolvimento e para a sua melhoria, porque não acredito que a senhora seja contra a Cidade
SOFIA CAVEDON: Ver. Nedel, eu respeito a sua posição, porque sei que V. Exa. confia e gosta da gestão do seu Governo. Eu votei contra, porque, infelizmente, eu tenho críticas à forma como o Governo atual gere os recursos. Eu votei contrariamente, porque R$ 20 milhões para um sistema de gestão de arrecadação, quando a gente não vê chegar exatamente para quem mais precisa, essas obras de saneamento que eram uma marca importante do nosso Governo, que enterrava muito cano e que priorizava a periferia... A gente anda no Morro da Cruz, nas comunidades, e vê – eles lembram muito – quando foram conquistados os saneamentos.
Quero encerrar esse período de Comunicações que o Ver. Mauro me possibilitou dizendo que os bancários começaram sua campanha salarial. Acho que essa campanha tem que ser muito apoiada, porque o lucro dos bancos é extraordinário. A gente vê o quão grande é o lucro dos bancos, que os banqueiros financiaram 160 dos Deputados eleitos na última eleição. Os banqueiros têm muito dinheiro, investem muito na representação no Parlamento, mas, infelizmente, não garantem a segurança dos bancários, não usam o vidro blindado, não constroem mecanismos de segurança como a legislação demanda, para falar de um aspecto da luta dos bancários. Eles começaram a campanha salarial e recebem todo o nosso apoio porque lutam com os mais poderosos e não têm seu direito garantido como mereceriam.
De novo: a reforma política é muito importante para a representação política no Congresso Brasileiro ser mais representativa do trabalho e do trabalhador do que de quem domina e explora este trabalho e este trabalhador. (Não revisado pela oradora.)
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