Boa tarde Senhor Presidente, membros desta casa e visitantes.
Por que esta tribuna popular? O que significa na verdade?
Vejo na minha frente pessoas eleitas para governar e conduzir nossa cidade é preciso acreditar! Acreditar, que eles façam isso para o bem coletivo dos cidadãos. Certamente, temos oportunidades de ver e apreciar os frutos de seus trabalhos. Mas, temos uma situação neste momento na qual o bom senso e a inteligência estão em perigo de serem esquecidos.
Estou falando sobre o novo plano diretor.
Gostaria de falar sobre a importância de reconhecer o significado dos tempos passados, nossa herança cultural e também do desinteresse e medo que o Brasileiro tem do seu passado, mas, como tenho apenas cinco minutos, preciso deixar estes assuntos para outra ocasião.
Quero solicitar a inclusão do estudo de impacto de vizinhança e mostrar por que deve ser obrigatoriamente incluído neste plano diretor.
Sou mais um dos cidadãos imigrantes que veio da Europa, Inglaterra. Quero compartilhar com vocês como uma cidade típica da Inglaterra, neste caso, minha cidade nativa, Guildford, que tem quase mil anos de existência, abraça o estudo de impacto de vizinhança.
Participei por dez anos numa associação que acompanhava qualquer proposta de mudança e construção na cidade. Era composta, na maioria, por profissionais aposentados, engenheiros, advogados, arquitetos e outros que analisavam os novos planos. Nossa presença na Prefeitura nunca foi considerada um obstáculo do progresso, ou uma voz de anarquia, pelo contrário, sempre fomos convidados pela prefeitura para participar em todas as etapas de qualquer proposta de mudança na cidade.
Por que éramos tão bem vindos?
Porque reconhecem o significado de conciliar, com as pessoas diretamente ligadas as comunidades, que vivem o dia a dia de seus bairros, que elas entendem e sabem muito bem das necessidades e dos problemas da sua comunidade, de maneira a melhorar a região para o bem estar de todos e não apenas de uma minoria.
O que é exatamente um estudo de impacto de vizinhança? O que se trata?
O direito da Luz;
O direito de Qualidade do ar;
O direito de Privacidade;
O direito de Segurança;
O direito a mobilidade;
Respeito para as características particulares da região ou bairro;
E o impacto que uma mudança pode ter na qualidade da vida dos
seus moradores.
Estas considerações refletem na preocupação de não construir cada vez mais alto e com a pompa de empreendimentos mais audaciosos, que concorrem entre si, mas preocupados com o bem estar de todos os indivíduos e com as construções já existentes, que compõem uma cidade.
Na Inglaterra, o acesso à luz, a qualidade do ar, direito da privacidade e segurança é direito do todo povo, um direito verdadeiramente democrático.
Sem estas garantias, qualquer pessoa de qualquer classe está vulnerável as interferências que podem desvalorizar seu patrimônio ou qualidade de vida.
Lembro uma conversa com um gerente de uma empresa de construção, que me disse que abraçaria com prazer, qualquer estudo de impacto de vizinhança.
Perguntei o que ele faria se um edifício de 19 andares fosse erguido ao lado de sua casa de dois pisos. Sua resposta era que ele iria se mudar. Sem o estudo do impacto de vizinhança, isso seria a única alternativa – para quem pode, é claro.
A inclusão do Estudo do impacto de vizinhança é um avanço de primeiro mundo que Porto Alegre pode abraçar para o bem de todos os seus cidadãos.
Nossa cidade poderia ser um grande exemplo de maturidade e progresso para todo Brasil.
Luz, Privacidade, Qualidade do ar, Segurança, Respeito do Individual.
A escolha é nossa.
Obrigado
Philip de Lacy White - Movimento Cidade Baixa Vive
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