Artigo publicado hoje (14/Jun) na página Ensino do jornal Correio do Povo.
O desafio de incluir os alunos com necessidades educativas especiais de verdade na escola está colocado para quem defende o direito de todos à educação.
Porto Alegre tem dado passos importantes neste sentido, mas ainda de forma fragmentada: cada rede de ensino à sua maneira, cada escola com sua proposta pedagógica; cada família com sua luta para romper barreiras, conquistar uma vaga realmente adequada ao seu filho, onde acolhimento e aprendizagem aconteçam.
Com as diretrizes colocadas pelo Governo Federal, no sentido da inclusão de todos nas escolas comuns, um movimento de diálogo de cidade inicia. Primeiro, defensivamente: manter as Escolas Especiais, espaço conquistado com luta e, muitas vezes, única política pública que chega às nossas crianças, adolescentes e jovens com necessidades educativas especiais.
E agora, mais consistente e articulado: a constituição de um Fórum pela Inclusão Escolar que mobilize todos os que mantém, atuam e são atendidos pela educação especial. Por um lado, para publicizar e colocar em debate cada experiência, sua fundamentação teórica, avanços e limites; por outro lado, rever conceitos, práticas, propostas pedagógicas - a partir da pesquisa e reflexão da universidade - para construir alternativas que representem avanços na inclusão.
Um ciclo de debates já é iniciativa do Fórum: cinco encontros mensais, de junho a novembro, que colocará na mesa o debate teórico e a experiência dos movimentos de inclusão tanto na escolas especiais quanto nas comuns. Terá registro, que se transformará em texto para devolução à cidade.
Queremos ainda, que este caminho resulte num primeiro diagnóstico, quantitativo sim, mas principalmente qualitativo da oferta e demanda constituídas em Porto Alegre e com isto gerar, reavaliar, ampliar políticas públicas de inclusão escolar.
O propósito é ousado! Por isto, estão todos convidados e muitos destes já envolvidos: conselhos de direitos, de educação, o legislativo municipal, as escolas públicas, privadas, especiais e comuns, pais, professores e funcionários, representantes das Salas de Integração e Recursos, secretaria municipal e estadual de educação e de acessibilidade, entidades de classe representativas dos segmentos e especialmente os próprios alunos, cuja voz, necessidades, escolhas, só serão de fato respeitadas se forem eles também protagonistas.
Como afirma Eri Domingos, professor da Sala de Recursos Visuais: “não quero que façam para mim, quero que façam comigo”. E isto o Fórum quer honrar!
Sofia Cavedon – Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Retornar ao Blog da Sofia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário