Dando continuidade à verificação de denúncias dos conselheiros tutelares durante reunião em 22 de abril, a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre visitou, na tarde desta terça-feira (6/5), escolas da Microrregião 4 (Grande Partenon).
Foram visitadas as escolas estaduais de ensino fundamental Jerônimo de Albuquerque e Jerônimo de Ornelas, a escola estadual de ensino fundamental e médio Paulo da Gama e a escola municipal de ensino fundamental Morro da Cruz.
Segundo a conselheira tutelar Norma Machado, entre os principais problemas da região estão a falta de vagas e de recursos humanos nas escolas. “São entre 60 e 80 crianças sem escola no Partenon”, lamentou. Quando estiveram na Câmara, os conselheiros relataram que cerca de 600 crianças não estavam matriculadas na Capital.
"Temos dificuldades nos cargos de supervisão e orientação", ressaltou Ieda dos Santos, vice-diretora do turno da tarde na Jerônimo de Albuquerque. "Uma nova regra exige que a vaga da orientação seja ocupada por alguém que tenha feito concurso específico para o cargo", disse. Conforme lembrado durante a visita, o último concurso para o cargo foi realizado em 1984. Outro ponto destacado por Ieda foi a falta de professores. "Desde o início do ano, as turmas de 5ª à 8ª série não têm professores de artes e de inglês", contou. A escola atende cerca de 700 alunos da comunidade e de bairros distantes, como Restinga e Agronomia.
Para Walquires Maciel, vice-diretora do Morro da Cruz, o principal problema é a falta de segurança. "Tivemos a redução de dois guardas municipais para apenas um. Como o espaço é muito grande, há invasão de ex-alunos e de pessoas da comunidade diariamente". A Morro da Cruz tem cerca de 1,2 mil alunos.
Condições precárias
Na Paulo da Gama são 1,8 mil alunos e, já no período de transferência, não havia mais vagas. "Precisamos dobrar o tamanho da Paulo da Gama", declarou a diretora Nilce Trennepohl. "No primeiro dia da transferência, tínhamos fila às 5 horas e ficamos com 128 pedidos." De acordo com Nilce, a enturmação permitiu a diminuição de algumas turmas, mas a rotatividade de professores continua grande. "Apesar disso, ficamos, no máximo, um ou dois dias sem professores."
A vice-diretora do turno da tarde da Jerônimo de Ornelas, Elizabete Strochein, também considerou a falta de recursos humanos a maior dificuldade da instituição. Elizabete explicou que não há supervisor, orientador, bibliotecário e segurança, e a escola não oferece atendimento psciológico. "Com a falta de professores, é o aluno quem sai perdendo porque, às vezes, vem estudar e eu preciso mandá-lo embora".
"Estamos verificando as precárias condições que as escolas têm para dar conta de tantos desafios”, avaliou a vereadora Sofia Cavedon (PT), presidente da Cece, julgando preocupante a falta de recursos. “Sem supervisor ou orientador, não há como a escola manter um relacionamento com a família, encaminhar direitos. É uma lacuna fundamental", acrescentou. Um relatório será enviado à Secretaria Estadual da Educação (SEC) com os casos específicos de cada escola. Além disso, outros temas serão aprofundados nas reuniões da Comissão.
Fonte: Taidje Gut (reg. prof. 13614)/CMPA
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