domingo, 14 de setembro de 2014

Bancada do PT se solidariza com rodoviário demitido da Carris

Manifestação na tribuna da sessão plenária de 10 de setembro de 2014.

Obrigada, Ver. Delegado Cleiton, na presidência dos trabalhos, senhores e senhoras, a pedido do Ver. Engº Comassetto, nosso Líder, e, com certeza, por desejo do conjunto da Bancada do Partido dos Trabalhadores, queremos aqui, nesse nosso tempo de Liderança, nos solidarizar com Alceu Weber, o rodoviário da comissão que faz oposição ao atual Sindicato dos Rodoviários, que foi demitido por justa causa, na sexta-feira da semana passada, pela empresa Carris.

Nós entendemos que em um momento desses, em um processo dificílimo para os rodoviários, em que há um processo de discussão com o seu próprio sindicato, em uma luta para que o seu sindicato seja representativo da categoria, o rodoviário Alceu Weber teve um papel fundamental, um papel que tem que ser desejado por todos nós, inclusive pela própria direção da Carris. Um papel que, muitas vezes, o jogou na tensão, nas frentes das garagens, na coordenação de greves, de paralisações, em função de direitos retirados dos rodoviários, em função do próprio sindicato não defender os seus rodoviários, como no caso da demissão do representante sindical da Tinga.

Muitas vezes, Alceu Weber, e um conjunto de rodoviários, assumiu o papel que o Sindicato não cumpre e foi colocado na vitrine de verdade. Teve sua vida exposta. Certamente, não é um rodoviário que consegue garantir uma rotina de trabalho como qualquer outro, mas isso é plenamente justificado pelas inúmeras funções e responsabilidades que assumiu. De fato, de ontem para hoje, foi revertida a demissão. Nós entendíamos que ela era ilegal, mas a Carris insiste no processo de demissão via Ministério Público. E eu imagino que, para uma empresa que não está acostumada a lidar com a democracia, com a representação verdadeira e legítima dos seus funcionários, é muito difícil lidar com lideranças fortes, engajadas e, de fato, que respeitem as decisões da categoria.

Mas nós entendemos que tem que haver uma compreensão dessa empresa pública, que isso faz parte do direito à representação sindical, faz parte do direito dos trabalhadores em reivindicar os seus direitos. A última greve teve uma vitória muito importante para o conjunto dos rodoviários. Portanto, o papel do Alceu Weber não é um papel relevante apenas para os rodoviários da Carris, é para todos os rodoviários das empresas terceirizadas, inclusive das empresas privadas, onde se derrubou o banco de horas. E não imaginem vocês que o banco de horas era apenas uma luta corporativa, o que beneficiaria apenas os motoristas e cobradores. Os motoristas e cobradores, acumulando horas extras infinitamente, trabalham muito mais cansados, trabalham muito mais estressados, têm muito menos qualidade, e ainda mais quando eles sequer recebem por essas horas. Essas horas ficam acumulando numa contabilidade, e, de repente, a empresa diz “hoje tu não vens, amanhã tu não vens, que tu vais tirar umas horas”, sem um retorno pecuniário, sem o respeito pelo trabalhador que segura todas as pontas.

Ora, é vitória da categoria, na última grave, o fim do banco de horas, que deve estar acontecendo exatamente nesse período! É vitória um reajuste salarial com mais um e meio por cento ou dois por cento – não lembro direito – de ganhos reais! É vitória que passe a ser respeitada essa categoria como uma categoria que tem opinião, que tem estresse, que não pode sustentar todos os problemas do sistema de ônibus e que, por exemplo, é muito vitimada pela violência nos ônibus, trabalho esse que, a partir da greve, vem se desdobrando de forma mais continuada com a Brigada Militar, com as empresas de ônibus.

Portanto, nós entendemos uma injustiça, para além de uma ilegalidade, a demissão do companheiro rodoviário e do militante cutista Alceu Weber. Esperamos que a Carris não insista nesse erro e que respeite a liderança e a categoria rodoviária.

(Não revisado pela oradora.)

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