Agressões à professores, brigas de gangues e roubos na Escola Municipal de Ensino Fundamental Mariano Beck, no bairro Bom Jesus, foram analisados, nesta quinta-feira (20/11), pela Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece). O corpo docente da escola, autoridades da área da segurança e entidades de classe participaram do encontro coordenado pela vereadora Sofia Cavedon (PT), presidente da Comissão.
Diretora da escola, Lisete de Oliveira afirmou que a insegurança no local é ampla. “Uma professora foi agredida por mãe de aluno e carros dos servidores sendo depredados é coisa comum. A escola tem difícil acesso e não temos uma linha de ônibus até lá”, relatou. Lisete destacou que a instituição tem agido em ações preventivas com os próprios alunos. "Contudo, a escola tem problemas com portões arrombados, falta de guardas e pessoal para supervisionar alunos. A situação está se agravando. Tenho medo de ir à escola”, argumentou.
Para a coordenadora da educação fundamental da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Maria Cristina Garavelo, o governo conhece a realidade e as necessidades da escola. “Em razão disto estamos trabalhando com uma visão ampla de segurança atrelada à questão pedagógica”, disse. Maria Cristina informou que já foram disponibilizados recursos para compra de grades e telas de proteção, além da construção de outros equipamentos, como uma quadra de esportes revitalizada e coberta. “Mas não adianta colocar grades se não houver diálogo com a comunidade”, avalia.
Medidas
O comandante da Guarda Municipal, Nilo Bottine, relatou que já presenciou agressões de alunos aos professores. “A juventude não tem limite e não respeita a lei. Por isso estamos fazendo um trabalho de conscientização de cuidados ao patrimônio nas escolas”, informa ele acrescentando que está prevista palestra na Escola Mariano Beck. Bottine também relatou que está em andamento processo de concurso público para a Guarda Municipal, o que, segundo ele, “irá aumentar o efetivo e refletir na segurança das escolas”.
Para o tenente Álvaro, comandante do 11° Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento da Bom Jesus e Vila Jardim, existe um plano de atuação diário, com rondas nas entradas, saídas e recreios da escola. Entretanto, como destacou, há um conflito entre gangues na região. “Não somos bem vistos por alunos, pois muitas vezes prendemos pais e irmãos deles. Mesmo assim, realizamos policiamento extensivo nesta escola e em outras 18 dentro da nossa região”, informa.
Já o delegado da 15ª Delegacia de Polícia, Omar Abude, disse ser fundamental para o trabalho de investigação que os servidores municipais registrem boletins de ocorrência para que sejam tomadas providencias. “Só podemos agir com o registro policial. E o que for relacionado com menores será encaminhado a Delegacia da Criança e do Adolescente”, colocou.
Medidas
Sofia comunicou que a Comissão de Educação vai propor a Secretaria de Governança que a pasta articule um plano de medidas que envolva todas as secretarias envolvidas na questão da segurança e educação. “Precisamos de uma resposta coletiva do poder público municipal. Emergencialmente precisamos que sejam retomadas as horas-extras dos agentes da guarda municipal”, diz. A presidente da Cece argumentou ainda a necessidade de acelerar obras em grades e portões e a colocação de um servidor para atender áreas como o pátio, banheiros e refeitório da Escola Mariano Beck.
Também estiveram presentes representantes de órgão de classe dos professores, como a diretora da Associação dos Trabalhadores em Educação de Porto Alegre (Atempa), Gorete Losada, da presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Carmem Padilha, além de professores da escola Mariano Beck e o delegado Aníbal Germany, da Delegacia de Polícia Regional Metropolitano.
Fonte: Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)/CMPA
Ouça: Professores da Mariano Beck pedem segurança na escola
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