terça-feira, 25 de novembro de 2008

Alunos pedem apoio para continuidade de projeto do MDCA

O término de convênio para fornecimento de lanches firmado entre o Movimento dos Direitos da Criança e do Adolescente (MDCA) e o Departamento Municipal Águas e Esgotos (DMAE) e os desdobramentos nos alunos atendidos pela entidade foram tema da reunião da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) nesta terça-feira (25/11) na Câmara Municipal de Porto Alegre. A direção da MDCA, cujo objetivo é capacitar jovens e adolescente para o mercado de trabalho, relatou que o DMAE promoveu licitação para apenas 1,2 mil dos 1,6 mil lanches servidos diariamente, o que diminui sensivelmente a produção diária do Projeto Lanche Ideal.

A presidente do MDCA, Haidê Venzon, relatou que as atividades de trabalho educativo com geração de renda atendem ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e que em 11 anos de atividades houve avanço no trabalho. “A colocação de jovens no mercado de trabalho mostra que evoluímos. Os jovens precisam aprender e complementar a renda familiar”, destacou. Ela ressaltou que os adolescentes permanecem no programa por até dois anos ou até completar 18 anos. Entre as atividades listam-se, além da produção de alimentos e aulas de nutrição, teatro, informática, elaboração de eventos e atendimento psicológico. O projeto também trabalha com a inclusão de deficientes auditivos.

Coordenadora do projeto, Theresinha Bastos disse que ao capacitar os jovens oportuniza-se condições iguais para enfrentar o mercado de trabalho. “Durante oito anos tivemos a parceria do DMAE, que a partir de 11 de janeiro terá outro fornecedor, escolhido em licitação”, pondera. Theresinha ainda informou que existem convênios com outros órgãos municipais, como o HPS, DMLU e SMED. “Precisamos de ajuda para encaminhar jovens ao mercado de trabalho”, disse lembrando que o programa tem por objetivo dobrar sua capacidade de atendimento.

Depoimentos
Ivelaz Goulart, adolescente atendido pelo MDCA, ressaltou ser o projeto “uma experiência para o futuro. É uma ajuda para jovens que precisam como eu, e não pode terminar".

Outro jovem que expressou seus sentimentos foi Ronald Fonseca, que teve tradução simultânea da Língua Brasileira de Sinais (Libras) pela educadora Adriana Arioli. “Nossa aprendizagem é muito boa. Fiquei surpreso com esta atividade e o bom trabalho dispensado aos surdos”, resumiu.

Já Luiz Carlos Oliveira, pai de aluno, testemunhou que o Movimento modifica a conduta e o caráter das crianças. “O Lanche Ideal ocupa o jovem além de acrescentar renda à família. Tem trabalho educativo e profissionalizante”.

Justificativas
Representando a Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC), o assessor jurídico Gilberto Lisboa disse que o DMAE deve ter tido razões para realizar uma licitação, mas destacou que o projeto não vai parar um função disto. “Já foi aprovado no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), através do Funcriança, verba durante três meses, a partir de janeiro, que irão auxiliar o MDCA em cerca de R$ 45 mil”, justificou. Lisboa informou que não faltarão parceiros dentro do governo para dar continuidade ao projeto.

Presidente da Cece, a vereadora Sofia Cavedon (PT) disse que a comissão vai procurar a SMIC para buscar parcerias na iniciativa privada, além de oficiar todas as secretarias do município para analisar a possibilidade de inserir o programa Lanche Ideal dentro de seus projetos.

Outra sugestão foi a de criar um grupo de trabalho para regulamentar lei sobre a prestação de serviços de programas de trabalho educativos com geração de renda, aprovada pela Câmara em 2003. “Temos que multiplicar este tipo de ação. A prefeitura tem que priorizar a construção de entidades com trabalho educativo e geração de renda”, disse Sofia. Ela também sugeriu que a Fasc coordene esta tarefa com os órgãos públicos.

Também estiveram presentes na reunião o gerente de projetos da Secretaria da Juventude, Neir Alves, e a coordenadora dos trabalhos educativos da Fasc, Cassiê Pereira, além dos alunos e educadores do projeto, que teve toda o encontro traduzido em Libras para os alunos surdos.

Fonte: Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)/CMPA

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