terça-feira, 19 de agosto de 2008

Ensino Médio é debatido na Cece

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu, na manhã desta terça-feira (19/8), para discutir as barreiras que jovens encontram para ter acesso e permanência ao Ensino Médio.

A garantia ao Ensino Médio é parte dos direitos à educação e está entre os deveres do Estado, com assistência técnica e financeira do Governo Federal”, analisou Nalú Farenzena, professora da faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e integrante do Núcleo de Estudos de Política e Gestão da Educação da UFRGS. Conforme Nalú, apesar do aumento das matrículas no Ensino Médio no Brasil nos anos 90, causado pelo ingresso da população mais pobre nas escolas, recentemente houve um decréscimo nesses números. “Em 2007, foram 28 mil matrículas a menos do que em 2001”, disse.

Entre algumas das causas listadas pela professora estão as condições socioeconômicas dos educandos, que muitas vezes sofrem pressão para ingressar cedo no mercado de trabalho, e o funcionamento mais precário de diversas escolas no período noturno, o que desestimula os alunos. “A redução de matrículas está associada também à diminuição de demanda”, avaliou. Nalú informou ainda que, em 2006, apenas 47% dos jovens brasileiros entre 15 e 17 anos freqüentavam o Ensino Médio.

Comissão

Para estudar temáticas relacionadas ao Ensino Médio, foi criada este ano uma comissão no Ministério Público. A Promotora de Justiça da 9ª Promotoria da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Synara Butelli, destacou o transporte como um dos principais problemas para acesso e permanência dos jovens nas escolas. Synara disse ainda que foi instaurado um inquérito civil contra o Estado para averiguar questões do Ensino Médio, como conseqüência das demandas que chegaram à Promotoria.

Paulo Sartori, diretor-geral do Instituto de Educação General Flores da Cunha, defendeu que, para reverter a evasão, as escolas precisam ser mais atrativas e criar oportunidades para os estudantes. “Através de feiras e eventos, as escolas podem mostrar os seus alunos e o que eles fazem”, observou.

Presidente da Cece, a vereadora Sofia Cavedon (PT), lembrou das visitas feitas pelas Cece em escolas estaduais durante o primeiro semestre de 2008, e criticou a medida de enturmação adotada pelo governo do Estado, que visa a readequação dos alunos em sala de aula através da fusão de turmas. “As escolas têm recursos humanos e infra-estrutura precários. Não há políticas públicas que se responsabilizem por pensar o Ensino Médio”, considerou.

Fonte: Taidje Gut (reg. prof. 13614)/CMPA

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