sexta-feira, 10 de julho de 2015

Sindicato dos Artistas pede realização da II Mostra do Teatro Glênio Peres

Manifestação do Sated/RS, através do diretor de finanças, Plínio Marcos Rodrigues Pinto Soares, que falou acerca da instituição e pediu a realização, neste segundo semestre de 2015, da II Mostra de Artes Cênicas e Música do Teatro Glênio Peres. Em 09 de julho de 2015.

Boa tarde colegas de profissão e amigos artistas aqui presentes, boa tarde senhores vereadores e funcionários desta casa, boa tarde aos companheiros do sindicato dos artistas, colegas de luta e boa tarde aos  que estão assistindo a TV Câmara.

Essa fala aqui nesse espaço democrático que é a tribuna popular vem de um trabalhador, um artista portoalegrense que vem vendo seus espaços de trabalho minguarem em uma velocidade impressionante na nossa cidade.

O Teatro de Câmara Túlio Piva, está fechado, fechado a mais de um ano, as informações acerca de sua reforma e reabertura são parcas e contraditórias. A ameaça de demolição ainda paira sobre teatro no ano que deveria ser de comemorações ao centenário do músico que dá nome ao espaço.
O Teatro Elis Regina, localizado na Usina do Gasômetro é uma incógnita infinita, ninguém sabe se ele está pronto ou não. Se está porque não é inaugurado e quando for inaugurado quais artistas poderão se apresentar nele.

A Cia de Arte passou um bom tempo deste primeiro semestre fechada e só foi reaberta graças a mobilização da atual diretoria em conjunto com os artistas que a utilizam.

As salas ocupadas pelos grupos residentes no projeto Usina das artes, mesmo com parcas condições de estrutura, nos é uma alternativa, porém o projeto também é foco de discussão e vem perdendo força ano a ano, mesmo com a defesa ferrenha dos artistas ali alocados.

Nos restam as salas do Centro Municipal de Cultura: O Teatro Renascença e a Sala Álvaro Moreira, que logicamente não dão conta da imensa demanda que um povo tão produtor de cultura como o nosso lhes apresenta. Temos então absurdos como temporadas para Teatro com três finais de semana ou temporadas para dança com três apresentações apenas.

Mesmo se tratando de outra esfera, mas para ajudar a ilustrar o deserto em que nossa cidade vive culturalmente, os aparelhos culturais do Estado situados na Capital também ficam muito a desejar: na CCMQ temos a Sala Carlos Carvalho fechada e o Teatro Bruno Kiefer funcionando mal e porcamente, mesmo com a dedicação de um único técnico para todo o centro cultural. O Teatro de Arena entregue as moscas e sem pagar o prêmio de ocupação para os grupos vencedores da edição de ocupação do ano passado. O Teatro do Ipê, esquecido, abandonado e o Theatro São Pedro ainda é inacessível para a maior parte dos nossos agentes culturais devido ao alto custo para sua utilização.
Claro que nós temos uma qualificadíssima produção do Teatro chamado de Rua, mas fazer espetáculos na rua deve ser uma opção, não uma obrigação.

Essa introdução catastrófica vem acompanhada de um pedido para essa casa, pois no ano passado, 2014, a classe artística portoalegrense vislumbrou uma luz no fim do Túnel com a I Mostra de Artes Cênicas e Música do Teatro Glênio Peres. Foram mais de uma dúzia de espetáculos de Circo, Dança, Música e Teatro que ocorreram aqui na Câmara de Vereadores de Porto Alegre sendo que o edital, público, teve mais de cinquenta inscrições. Os artistas receberam ajuda financeira, tiveram seus trabalhos dignificados e tornaram viva e visível essa boa sala de espetáculos que é o Teatro Glênio Peres, dando sentido assim ao nome Teatro, que vazio é só uma sala morta, mas ganha vida quando permitimos a troca entre artista e público. A mostra também aproximou fisicamente a população de Porto Alegre da Câmara dos Vereadores.

Porto Alegre aprovou no dia 8/10/2014, a LDO para 2015, enviada pelo Executivo. Das sete emendas apresentadas por parlamentares, quatro também foram aprovadas, entre elas a Emenda nº 5 de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, que dispõe sobre a realização da Mostra de Artes Cênicas, Música e Dança do Teatro Glênio Peres da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio da inscrição de projetos para a seleção de espetáculos na área de dança, circo, música e teatro, visando à realização das apresentações em datas que serão oferecidas no ano de 2015.

Até a data de hoje e já adentramos o segundo semestre do ano de 2015 tal Edital ainda não foi publicado. Em reunião com o presidente da casa Senhor Mauro Pinheiro, o Sindicato dos Artistas pediu o lançamento do Edital ainda no primeiro semestre e não foi atendido. Nesta semana, em nova audiência com o presidente, foi informado ao sindicato que os banheiros da casa estavam em reforma, o que inviabilizaria o lançamento do edital. Não concordamos com essa justificativa. Não aceitamos que mais um espaço cultural seja transformado em canteiro de obras. Existe uma emenda de R$ 160.000,00 mil reais para a realização dessa mostra; essa mostra disponibilizará espaço, que como já foi demonstrado é hoje o calcanhar de Aquiles da nossa produção cultural; essa mostra proporcionará fruição de bens culturais de forma gratuita para toda a sociedade portoalegrense.

Se existe uma maneira de nossos representantes, os senhores Vereadores amenizarem a maneira desrespeitosa que a cidade de Porto Alegre tem tratado seus artistas o Sindicato que representa essa classe pergunta: Qual o problema que essa casa tem conosco artistas? Por que depois de nos acenarem com uma boa proposta de local para apresentações vocês vereadores querem nos tirar o pão da boca? Se existe nessa casa algum vereador que se solidariza com a luta dos trabalhadores da arte eu peço que venha para o nosso lado, que defenda a realização da Mostra, que não deixe morta uma sala de espetáculo que pode trazer arte, debate, reflexão, enfim cidadania para a cidade de Porto Alegre.

O Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado do Rio Grande do Sul agradecerá esse espaço de direito que é a tribuna popular se algo for feito e não perdemos mais nenhum espaço destinado a apresentações artísticas na nossa cidade, não aguentamos mais mi mi mi. Temos produtos artísticos de alta qualidade e exigimos nosso direito de compartilhá-los com a sociedade.

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