sexta-feira, 30 de abril de 2010

Falta de professores: problema se repete e o governo não apresenta soluções

Ao alegar que a falta de professores e de funcionários de escola se dá em função do número de afastamentos por licença-saúde e pelos pedidos de aposentadoria, o governo do estado tenta justificar um problema que é mais grave. A falta de profissionais nas escolas estaduais deve-se basicamente em função da opção do governo em não realizar concurso público, situação agravada com a não renovação, em 2007, do concurso realizado em 2005.

É verdade que a categoria está doente. Os problemas de saúde enfrentados pelos trabalhadores em educação se dão em função das péssimas condições de trabalho enfrentadas nas escolas, do excessivo número de alunos em sala de aula, da falta de tempo para o lazer e pelos baixos salários. E as aposentadorias não fogem à regra. Além disso, a aposentadoria é um direito constitucional. Portanto, sem condições dignas de trabalho, aqueles que podem acabam se afastando das salas de aula.

Agora, no início do mês de maio, ainda tem alunos sem aula em todas as regiões do Rio Grande do Sul. O que indica que os problemas não são localizados, como tenta fazer entender a Secretaria da Educação. No município de Santa Maria, na região central do estado, faltam professores em 21 das 38 escolas estaduais. A situação se repete em Pelotas, na região sul, onde a carência de profissionais atinge 25 das 51 escolas estaduais.

Em Porto Alegre, em 70 escolas localizadas na região sul e parte da região leste, faltam professores em 23 escolas. Na região de Guaporé faltam professores em escolas localizadas nos municípios de Anta Gorda, Ilópolis, Putinga, Serafina Correa, União da Serra, Vista Alegre do Prata e Guaporé, onde o principal problema é registrado na Escola Bandeirante.

Levantamento feito pelo CPERS/Sindicato, em março e abril, indica uma carência de aproximadamente sete mil professores na rede, nas mais variadas disciplinas, sendo que as mais atingidas são: matemática, espanhol, geografia, ciências, história, química, inglês, ensino religioso e português.

As carências, porém, não se limitam à falta de professores. Faltam também funcionários de escola, bibliotecários, supervisores e orientadores.

Entre os efeitos provocados pela falta de professores e de funcionários de escola encontra-se a desorganização da rotina estabelecida pelos pais, que montam seus horários de trabalho de acordo com o turno em que os filhos estudam. As crianças, em muitos casos, não têm com quem ficar. Já os adolescentes ficam com o tempo ocioso e, portanto, sujeitos aos problemas da sociedade contemporânea.

Fonte: João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato

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