A Sra. Jacqueline Sanchotene, representando o Movimento Viva Gasômetro, está com a palavra para tratar de assunto relativo à criação do Parque e do Largo do Gasômetro, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. JACQUELINE SANCHOTENE: Boa-tarde à Mesa, boa-tarde a todos os Vereadores, vamos fazer uma apresentação do Movimento e, depois, das nossas duas reivindicações. No momento em que está em curso a Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre, RPDDUA, o que está em questão é a Cidade em que desejamos viver. Nosso Movimento, o Viva Gasômetro, tem participado ativamente dessas discussões. O Viva Gasômetro é formado por moradores do entorno da Usina do Gasômetro e por simpatizantes dos diversos bairros de nossa Cidade. Nossa primeira ação aconteceu em 16 de dezembro de 2006. Em um sábado pela manhã realizamos uma ação de conscientização ecológica na Praça Júlio Mesquita, por muitos conhecida como a praça do Aeromóvel. Dias antes, eu conversava com um amigo, o Christian Lavich Goldschmidt, quando pudemos observar que em quinze minutos circularam em nossa praça cerca de vinte e cinco ratos. Resolvemos tomar uma atitude. Nascia aí o Movimento Viva Gasômetro.
Nossas ações culturais acontecem há dois anos, ininterruptamente, na Praça Júlio Mesquita, sempre nos finais das tardes dos terceiros sábados do mês, exibimos filmes. Queremos transformar nossa praça na Praça do Cinema em Porto Alegre. O primeiro filme exibido, em junho de 2006, foi o documentário “Lutzenberger, For Ever Gaia”, do diretor Frank Coe, produzido pela Otto Desenhos Animados. O documentário mostra a vida do famoso ecologista José Lutzenberger. Ecologia, juntamente com a cultura, são as principais preocupações do Movimento Viva Gasômetro. Nós acreditamos que o acesso à cultura, o tratamento digno dos excluídos, a preservação dos patrimônios público e histórico e de nosso meio ambiente são nossas principais ferramentas para construir uma Cidade melhor. Nossa sede é na calçada da Rua General Salustiano, de onde, em nossos encontros nos finais de tarde, podemos apreciar o pôr do sol do Guaíba. Com as ações de cinema trazemos cultura, entretenimento e todo o glamour que envolve o cinema para o nosso Bairro. Mas a principal missão que realizamos através dessas ações é a integração de vizinhos e amigos de outros bairros. Fizemos e fazemos também ações diferenciadas tais como: pintura da escadaria da Rua João Manoel (que já foi três vezes pintada por nós), ação de conscientização do patrimônio histórico no Viaduto Otávio Rocha. Apoiamos, há pouco, a exposição da participante de nosso Movimento, a consagrada escultora Adriana Xaplin. Há alguns dias, com a ajuda da população, fizemos um bonito mosaico com o nome do Viva Gasômetro em nossa calçada, batizada por nós de “Calçada da Fama”. Nossa aparente fragilidade, com sede na calçada e falta de existência jurídica, não nos tem impedido de crescer. Estamos nos últimos dias conversando sobre a criação de uma regional do nosso movimento em Santa Maria, com a professora de dança Lisiane Moresco, que será a vice-coordenadora dessa Região. Essa quase informalidade foi até agora a nossa riqueza, fazendo com que todos se sintam parte de nosso Movimento. Essa atitude faz com que sejamos porta-vozes dos moradores do entorno e também de muitos moradores do centro histórico de nossa Cidade. No entanto, temos ciência que é chegada a hora de existirmos também de direito. Foi dessa maneira “informal”, ouvindo as reivindicações dos moradores do entorno e dos transeuntes na calçada da Rua General Salustiano - agora conhecida como “Calçada da Fama” -, que formatamos as quatorze reivindicações apresentadas na primeira tentativa de revisão de RPDDUA em junho de 2007. Nessa segunda tentativa de revisão do Plano Diretor de nossa Cidade duas de nossas reivindicações ganham força: a criação do Parque do Gasômetro e a criação do Largo do Gasômetro. É pela efetiva implantação do Parque e do Largo do Gasômetro que agora lutamos junto à sociedade e à Revisão do PDDUA.
Para mostrarmos a cidade que queremos, apresentaremos a seguir o exemplo da cidade de Estrasburgo, que consegue, em nossa opinião, contemplar uma bela união entre o histórico e o novo. Após essa apresentação, mostraremos a projeção da criação do Parque do Gasômetro, apresentada em 2007, e a Emenda do Largo do Gasômetro, também apresentada em 2007. Por último, mostraremos vídeo com a criação de um parque na Coreia do Sul.
Queremos agradecer à Câmara de Vereadores de Porto Alegre pela cedência deste espaço, em especial ao seu Presidente, Sebastião Melo. Queremos agradecer também a todos os participantes do Viva Gasômetro, em especial à simpatizante mais ilustre de nosso Movimento, a artesã Nilza Lessa, viúva do saudoso Barbosa Lessa. Cada palavra sua de carinho é para nós um grande estímulo.
(Procede-se à apresentação de vídeo.)
A SRA. JACQUELINE SANCHOTENE: O que o vídeo mostra é uma área degradada de São Paulo que está buscando inspiração para a sua recuperação no que aconteceu na Coreia do Sul, onde eles destruíram pontes e reutilizaram o concreto em outras ações. Mas o que basicamente queremos defender é que nos países ditos mais desenvolvidos está acontecendo a criação de grandes parques, que não é só o sonho de um pequeno grupo de moradores.
Esse número aí se refere ao lixo despejado diariamente em São Paulo.
Aí começa a apresentação do que aconteceu na Coreia do Sul, mostrando o córrego, que era altamente poluído; não tinha vida e que depois foi recuperado.
Aí vemos uma situação extrema em que pontes precisaram ser destruídas.
O áudio fala desse brasileiro que mora lá, sendo que ele conta que quase toda a população era contra, no início, quando começou a destruição das estradas e das pontes, e hoje a população é a maior defensora desse Parque criado na Coreia do Sul. O brasileiro conta também que houve mais de cem reuniões entre a população e os membros do Executivo e do Legislativo.
Nesse vídeo, vemos o Parque já criado, que hoje é motivo de levar muita gente à Coreia do Sul; é um córrego recuperado, vivo, inclusive com peixes.
Esse é o Parque depois de criado. Este vídeo continua mostrando o Parque, e o que parecia uma coisa impossível, no início, transformou-se num belo Parque, o que é motivo de orgulho, além de levar divisas por meio do turismo. Este vídeo está disponível a todos no YouTube também. Acho que ficou um pouco prejudicada a apresentação, mas quem tiver maior curiosidade pode acessar esse vídeo no YouTube.
Nós aqui não estamos defendendo a destruição de nada, mas apenas o rebaixamento de parte da Av. João Goulart e de parte da Av. Mauá, de uma área que vai da Praça Júlio Mesquita à Praça Brigadeiro Sampaio, e também defendendo a criação do Largo do Gasômetro, o que significa aumentar as calçadas da Rua Gen. Salustiano, fazendo a reconstituição histórica de seis fachadas e escondendo os fios de eletricidade daquelas duas ruas, ressaltando assim a história daquele lugar que por muitos é chamado de “umbigo da Cidade”.
Na verdade, acho que ficou um pouco prejudicada a apresentação. Eu não gosto muito de falar em público.
Gostaríamos de contar com o apoio dos 36 Vereadores, no sentido de que esta reivindicação seja deles também.
Nós chegamos até aqui, porque, na revisão passada, passei de Vereador em Vereador, defendendo as nossas reivindicações, e o Ver. Comassetto me disse: “Vamos ter que lutar pelo gravame do Parque e do Largo”. Então, conclamo todos os Vereadores para que essa seja uma Emenda de todos, porque acredito que, a partir da criação do Parque e do Largo, vamos conseguir, efetivamente, mudar a história daquele “umbigo” que está tão sujo e deteriorado. Muito obrigada a todos. (Não revisado pela oradora.)
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