A cada dia aumentam os ataques do Governo Yeda. Desta vez, junto com o Prefeito José Fogaça, utilizou a BM para atacar estudantes, professores, trabalhadores que foram às ruas se manifestar contra o aumento abusivo da passagem de ônibus.
No dia 27 de janeiro, ocorreu mais uma feroz repressão por parte da polícia de Yeda. Contra estudantes, entre 13 e 20 anos. Cerca de 100 jovens, integrantes do comitê contra o aumento da passagem na capital, manifestavam-se contra a imposição de um aumento do transporte público sem o mínimo respeito à situação vivida pela população de Porto Alegre.
Em um momento de crise da economia, onde milhares de trabalhadores perderão seu emprego, com salários arrochados e no qual cresce o número de miseráveis, a Prefeitura da capital vem com mais um aumento, que vai pesar muito no bolso do trabalhador, impedindo até mesmo a busca por emprego.
Quando falamos em DIREITOS HUMANOS, ressaltamos a liberdade de expressão, da livre manifestação pública, inclusive garantida pela Constituição Federal. Mas, para os governantes de hoje as garantias constitucionais são usadas para proteger seus amigos corruptos, financiadores de suas campanhas eleitorais.
A história já nos mostrou que em regimes fascistas pessoas eram perseguidas, agredidas e mortas.
No episódio ocorrido no dia 27 de janeiro de 2009, em Porto Alegre, como em outros que ocorreram em 2008 com professores, lembranças destes regimes voltam à cabeça de milhares de pessoas. Lembranças de uma época onde não era possível discordar, pois quem discordava apanhava sem motivo nenhum, ou com motivos forjados para justificar o injustificável.
Os integrantes da BM também são trabalhadores, sofrem com baixos salários e falta de estrutura, mas são incitados pelo Comando, que para aplicar a política de Yeda, dissemina a agressão sistemática, a intolerância, o uso de armas de poder ofensivo sim, como as balas de borracha tão em voga. Nada justifica a brutalidade da BM. Além da orientação de seus comandantes, em especial da governadora, certamente sua atitude está provocada por péssimas condições de trabalho, exigências advindas do aumento da delinqüência fruto da crise social, da sobrecarga de trabalho e da impossibilidade de se manifestarem. Quem está pagando por isso é a população mais carente e aqueles que lutam contra o caos instalado pelo governo de plantão.
Jovens, negros, homossexuais, trabalhadores, pobres, têm sido alvo crescente. Querem impedir a luta do povo, pois quem detém o controle das empresas não quer diminuir seu lucro e, portanto, joga nas costas destes setores o peso do problema criado justamente pelos banqueiros e empresários. Não é a toa que no incêndio ocorrido na Vila Chocolatão, neste mês de janeiro, a BM impediu aos moradores já desesperados pelo ocorrido, com armas apontadas, a que as pessoas salvassem seus pertences. Um verdadeiro absurdo e atentado aos DIREITOS HUMANOS.
Lutamos sim por uma sociedade onde as pessoas possam ser livres, com seus direitos civis e políticos garantidos. Falar em DIREITOS HUMANOS é falar em uma sociedade onde a luta contra a exploração não seja um caso de polícia. Onde se tenha moradia digna, trabalho e salário compatível com as necessidades, momentos de lazer com a família, acesso a cultura, esporte, o que acaba sendo apenas um sonho para muitos.
Porto Alegre, que já foi capital do Fórum Social Mundial, um espaço de intercâmbio tão importante, está sendo palco de um DESgoverno, municipal e estadual, que não pode passar impune, já que sua democracia só serve para os interesses de meia dúzia de empresários. Para a população é a paulada. Fatos como a brutal agressão a um jovem em plena Salgado Filho, que já detido e algemado, foi espancado por 03 brigadianos, não podem continuar.
Não ao aumento do transporte coletivo. Transporte coletivo não é para dar lucro. É essencial para a população. Não vamos pagar pela crise dos capitalistas e banqueiros.
* fim da criminalização de pobres e movimentos sociais.
* Chega de cortes nos setores sociais como segurança pública, saúde, educação, moradia popular.
* Por melhores salários e condições aos trabalhadores da segurança pública.
* Que os agressores, comandantes e tenentes que coordenaram todas as agressões sejam punidos, BASTA DE IMPUNIDADE.
Roberto Seitenfus
Grupo Desobedeça GLBT – Direitos Humanos.
Ex Conselheiro de Direitos Humanos de Porto Alegre.
Integrante do comitê contra o aumento da passagem
Estudante de Direito.
Fonte: GRUPO DESOBEDEÇA GLBT Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil0XX 51 84334195
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