Os debates desta segunda-feira foram coordenados pela presidenta da Cece, vereadora Sofia Cavedon (PT), que destacou que o MEC faz a critica a padronização da educação, porém tensiona com textos externos esta padronização de qualidade. Portanto, ressaltou ela, o Fórum de Inclusão escolheu a estratégia certa que é fazer o debate com todas as escolas, comuns e especiais, públicas e privadas, pois o desafio para a plena inclusão é mexer nas suas estruturas excludentes.
A professora Letícia Santetti, da SIR da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Monte Cristo, explicou que a SIR é um serviço de apoio nas escolas municipais destinado a alunos com necessidades especiais de educação. Conforme ela, há 19 SIRs nas escolas do Município, que atendem 900 alunos. "A SIR desenvolve trabalho pedagógico complementar específico para que o aluno supere suas dificuldades." Letícia acrescentou que, além de trabalhar com os estudantes, o serviço busca estabelecer contatos com as famílias dos alunos.
Giovanna Westphallen, professora da Emef Chico Mendes, apresentou experiência profissional que realizou com um aluno do 2º ciclo escolar com dificuldades de aprendizagem. Disse que ao investigar as relações sociais e o relacionamento de Murilo (nome fictício do aluno) com a aprendizagem se surpreendeu positivamente. "Ele demonstrou ser social e participativo e a turma foi acolhedora ao colega diferente. Murilo não lia e quase não escrevia, mas era antenado no mundo, gostava de se desafiar, interpretava dados, opinava e contribuía." A partir de então, Giovanna decidiu trabalhar com as possibilidades do aluno e não em cima de suas deficiências. "O maior desafio está em modificar a nós mesmos", disse ela. Murilo, segundo a professora, conseguiu concluir os três ciclos de educação e hoje trabalha como padeiro.
Uma reflexão sobre a inclusão escolar dos alunos com necessidades especiais foi apresentada pela professora Zélia Farenzena. Disse que entre os desafios está a diferença de ações e conceitos nas esferas federal, estaduais e municipais. Avaliou, porém, que houve avanço do movimento de inclusão. Em Porto Alegre, ela disse que, desde 1969, vê escolas vivas e alternativas educacionais, formação continuada, inclusão escolar e educação social, com currículo dinâmico e ação educativa com teorias contemporâneas. "Inclusão é um processo complexo que envolve o pensar sobre pessoas." Zelia finalizou sua apresentação defendendo uma escola baseada no conceito da Unesco.
Presentes no encontro escolas especiais municipais e estaduais, de ensino fundamental estaduais, de ensino infantil municipais, infantis particular, da Apae, estudantes, representantes da Educação Especial da Smed, escolas de ensino fundamental privadas e comunitárias, creches comunitárias e representantes da área da saúde.
Os próximos encontros serão:
27 de agosto - Desafios do processo de inclusão escolar: educação infantil e educação de jovens e adultos
17 de setembro - Desafios do processo de inclusão escolar: assessorias
22 de outubro - Desafios do processo de inclusão escolar: escolas especiais
12 de novembro - Inclusão escolar: debates e teorias
Fontes: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)/CMPA – Marta Resing/5405
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