sábado, 17 de maio de 2008

Uergs – Política de Estado não de Governo!

Junho/2007
Se há uma política pública que tem estatura de Política de Estado e não de Governo é a nossa Universidade Estadual. Ou deveria ser. Pois nasceu da luta popular, da demanda e priorização da sociedade civil organizada no processo de Orçamento Participativo Estadual e consolidou-se no debate no Parlamento com o acordo entre todos os Partidos Políticos.

Não é assim, no entanto, que ela tem sido tratada. Desrespeitando a construção coletiva, o governo Rigotto deu um rumo diverso ao construído para a Universidade: questionou e modificou cursos; fechou o ingresso em outros, colocando em extinção, especialmente as Pedagogias; reduziu vagas a cada vestibular; não deu continuidade à adequação dos espaços físicos, bibliotecas, laboratórios; não encaminhou a eleição de Reitor e nem constituiu o quadro permanente de pessoal, chegando ao ápice de, na transição para o governo Ieda/Feijó, nem vestibular de início de ano acontecer!

O movimento de alunos, professores, funcionários e parlamentares, está pautando o novo Reitor e seu governo para exigir um plano de recuperação e consolidação da Uergs autônoma e democrática. No entanto, os passos são lentos, e a concepção de estado mínimo, meritrocrática, elitista, tecnóloga, que fragilizou tanto a Universidade na gestão anterior, parece que é hegemônica também neste governo.

Em Porto Alegre, o curso de Pedagogia com ênfase em Educação Popular iniciou suas atividades em novembro do primeiro ano da Uergs – 2002. Foi uma construção feita a muitas mãos a partir da demanda dos Educadores Populares que atuam em creches, extraclasse, alfabetização de adultos, educação social de rua: Associação dos Educadores Populares, Secretaria Municipal de Educação, Conselho da Criança e do Adolescente, Conselho Municipal de Educação e a própria Uergs. Destinado a estes educadores para cumprir determinações legais de formação e para qualificar esta atuação que se estende a mais de 50 mil crianças e adolescentes, atendeu na primeira turma 150 educadores que se formaram em março de 2007.

Nesta retomada da luta pela recuperação da Uergs, agora diante do novo governo, os Educadores de Porto Alegre realizaram uma grande audiência na Câmara, estiveram em reunião com o Prefeito e estão pressionando pela abertura de novas turmas e somando-se ao movimento geral pelo respeito a esta que é das mais preciosas conquista da comunidade Gaúcha!

Sofia Cavedon – Vereadora/PT-Porto Alegre.

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