Como forma de evitar a criminalidade ao redor do Instituto de Educação General Flores da Cunha, pais, professores e alunos solicitaram à Câmara Municipal, na manhã desta terça-feira (8/4), a colocação de grades entorno do espaço. “Não resolverá o problema por completo, mas ajudará na proteção de nossas crianças e adolescentes vítimas do tráfico e da violência”, defendeu o diretor da Instituição, Paulo Sartori, na reunião conjunta das Comissões de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) e de Educação, Cultura, Esporte e Juventude do Legislativo. A audiência foi realizada no Plenário Ana Terra.
Em 1999, a diretoria da Escola e o Conselho de Pais e Mestres (CPM) do IE, apresentaram ao poder público o projeto “Eu Abraço o Instituto de Educação” pedindo o cercamento da área. Segundo Sartori, a iniciativa foi aprovada, mas até hoje a comunidade escolar aguarda pela autorização da Comissão de Patrimônio Histórico da Cidade para liberar o levantamento das cercas. O valor orçado pela prefeitura para a obra na Escola foi de R$ 274 mil, conforme explicação do diretor.
De acordo com João Marcondes, presidente do CPM, a cerca evitará o acesso fácil que assaltantes têm ao terreno do IE. “Os alunos são abordados na hora da entrada, no recreio e na saída do colégio. Não podemos permitir que nosso patrimônio continue vulnerável desta maneira”. Existem atualmente cerca de 2,5 mil alunos matriculados na Instituição.
Contrário ao cercamento, o conselheiro do Parque Farroupilha, Roberto Jakubazsko, disse que é o policiamento ostensivo que dará garantias de segurança para os freqüentadores do Instituto. “Não basta colocar grades protegendo a escola para logo depois ver o aluno assaltado na parada de ônibus, assim que deixa o perímetro escolar”, ressalvou.
O Coronel da Brigada Militar, Jarbas Carvalho Vanin, reiterou aos presentes que o trabalho da Polícia tem sido efetivado. “O problema é que não conseguimos dar conta de todas as demandas”, argumentou. Segundo ele, o telefone 190 recebe cerca de mil ligações por dia. “O que precisa ser mudado é a legislação que prevê pena para estes crimes. Não são as prisões que vão resolver”, justificou. Segundo ele, mesmo prendendo os assaltantes, a constituição liberta os responsáveis por pequenos delitos. Além disto, registrou que a dificuldade do trabalho aumenta devido ao sistema carcerário do Estado que não suporta a quantidade de crimes cometidos. “São cerca de 5 mil presos para uma capacidade de 1,5 mil”.
Para a presidente da Cece, vereadora Sofia Cavedon (PT), a culpa não está na atuação da Brigada Militar, mas na ausência de políticas públicas da Secretaria Estadual de Educação para enfrentar o tema da insegurança. “O Estado não pode jogar para a sociedade resolver um problema que ele mesmo não consegue solucionar”. Ao defender o direito de reivindicação dos alunos, Sofia criticou a condução dos trabalhos da secretaria – mantenedora do Instituto e lembrou a redução das horas-extras dos guardas municipais pela prefeitura. "São ações que vão de encontro aos interesses da cidadania".
Na tentativa de avançar na discussão sobre a insegurança no IE, o presidente da Cedecondh, vereador Guilherme Barbosa (PT), mostrou frustração ao não ver propostas concretas de combate à criminalidade por parte dos órgãos de segurança. Entretanto, Barbosa comprometeu-se em enviar ofício ao prefeito José Fogaça e também à Secretaria Estadual de Segurança Pública com o objetivo de discutir o cercamento do IE.
Também ficou acertado entre as comissões, o estabelecimento de um Fórum Permanente com a participação da Brigada Militar, da Câmara Municipal e da comunidade escolar para contribuir com os trabalhos.
Fonte: Ester Scotti (reg. prof. 13387)/CMPA
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